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TEMPO REAL / Nas indisposições dos congressistas com o Palácio Araguaia, quem perde é o Tocantins

Escultura dourada de uma família em frente ao Palácio Araguaia

Monumento aos pioneiros em frente ao Palácio Araguaia (Foto: Luciano Pereira)

Os números do levantamento a que a Coluna do CT teve acesso materializam as indisposições da bancada federal do Tocantins com o governo Mauro Carlesse (DEM), um problema que este site detectou há um bom tempo e para o qual, volta e meia, tem apontado. Dos R$ 247.656.020,92 que podem alocar do Orçamento da União, apenas 35,8% (R$ 88,6 milhões) foram para o governo do Estado.

[bs-quote quote=”Os recursos que vão para a saúde, segurança e estradas, por exemplo, não ficam em nichos eleitorais específicos, como os destinados a um município, mas alocados em benefício de cada cidadão tocantinense” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor da Coluna do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/CT-trabalhado-180.jpeg”][/bs-quote]

A defesa deles é que todos os demais recursos também serão aplicados no Tocantins, sobretudo para municípios, órgãos federais e entidades públicas. Claro que sempre é importante. No entanto, as obras estruturantes e setores sensíveis de um Estado que ainda se debate para sair de sua mais profunda crise exigem uma atenção mais especial e uma contribuição conjunta dos deputados e senadores. Afinal, os eleitores deles sofrem, e muito, com os graves problemas de saúde, segurança e estradas. Ou não?

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Os recursos que vão para a saúde, segurança e estradas, por exemplo, não ficam em nichos eleitorais específicos, como os destinados a um município, mas alocados em benefício de cada cidadão tocantinense. Isso significa dizer que o beneficiado é toda a população, não o governador.

Do ponto de vista político, o Palácio Araguaia é obrigado a dar o crédito ao parlamentar que teve a sensibilidade de destinar recursos para contribuir com a solução de um problema do Estado. Ou seja, não haverá prejuízos político-eleitorais para o congressista.

Essa visão de que destinar recursos para o Estado é ajudar um governo com o qual não se mantém um bom relacionamento é muito pequena diante da grandeza do cargo que o parlamentar ocupa e das necessidades de uma população que sofre com saúde precária, segurança ineficiente e estradas esburacadas ou sem qualquer asfalto.

É todo direito do deputado ou senador cobrar com rigor a correta aplicação dos recursos e até, claro, exigir o crédito por seu trabalho em benefício do Estado. Agora, deixar que as disputas paroquianas se sobreponham às necessidades maiores, não do governador, mas da população é simplesmente inaceitável.

Ainda esperamos um dia vermos uma política de “P” maiúsculo praticada neste Estado.

CT, Palmas, 28 de outubro de 2019.

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