Novamente o prefeito licenciado de Palmas e pré-candidato a governador, Carlos Amastha (PSB), se envolveu numa polêmica relacionada ao uso irregular de aeronave. Desta vez, em agenda de pré-campanha ao município de Xambioá, na sexta-feira, 19, o pessebista, além de utilizar avião não habilitado para táxi aéreo, também teria pousado e decolado em pista clandestina.
A matrícula do avião King Air F90, utilizado por Amastha, está registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), na categoria de Serviço Aéreo Privado (TTP) e não como Táxi Aéreo (TPX). Isso quer dizer que ela não poderia ser utilizada por terceiros mediante remuneração.
De acordo com documentos aos quais o CT teve acesso, o registro do avião na Anac aponta ainda uma empresa de Goiânia como proprietária, a Commander Aeronaves. Essa empresa é registrada no nome de João Alexandre Almeida Vieira.
Foto: Reprodução/Anac |
Matrícula da aeronave na Anac, que mostra que ela só poderia ser usada para serviço privado e não como táxi aéreo |
O CT solicitou mais informações sobre o registro da aeronave na Anac e o suposto pouso em pista clandestina e aguarda manifestação do órgão.
Outro lado
O CT também acionou a empresa Commander Aeronaves e o advogado do prefeito Carlos Amastha, Leandro Manzano, mas até o fechamento da matéria não teve retorno.
Reincidente
Em setembro do ano passado, o prefeito Amastha se envolveu em polêmica semelhante ao viajar para Araguaína para participar do leilão “Direito de Viver”. A aeronave utilizada pelo gestor para ir ao município chegou a ser interditada pela Anac cautelarmente, até que os fatos sejam esclarecidos.
O veículo utilizado naquela ocasião pertence a Rodrigo Siqueira Nogueira, empresário que mantém contratos com a prefeitura da Capital por meio da empresa RSN Logística. A defesa do empresário – que é a mesma do prefeito – chegou a argumentar que a aeronave teria contrato com a JDF Locadora, que teria locado o avião ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), legenda do prefeito de Palmas. A empresa, porém, negou em nota qualquer relação comercial com o PSB, Amastha ou qualuer outro asssessor.
A Anac ainda questionou o episódio porque veículos registrados como privados – como é o caso – não podem realizar vôos a terceiros mediante remuneração. Ao final do processo de apuração, operador e piloto poderão sofrer sanções administrativas.
Em outubro de 2017, Amastha, para evitar mais um problema envolvendo avião, cancelou, em cima da hora, uma viagem marcada para cumprir agenda no Bico do Papagaio.
O prefeito queria o contrato assinado antes de embarcar, mas o documento não ficou pronto. O proprietário da aeronave aceitava assinar na volta, mas, ressabiado, depois da confusão de Araguaína, Amastha não aceitou.
Na ocasião, conforme apurou o CT, Amastha avisou aos companheiros que não teria mais problema com seus voos, pois estaria decidido a comprar um avião. O que, pelo visto, não ocorreu.