A empresária Ana Paula Setti, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Tocantins (Abrasel), afirmou ao programa Quadrilátero que pesquisa nacional da entidade mostra que 68% do setor poderá ser extinto pela pandemia da Covid-19. “Estamos com um setor endividado, decadente, porque não temos outra saída que não seja entender as medidas que estão sendo tomadas para proteger a saúde e as vidas. Entendemos? Entendemos, mas é muito difícil a gente coordenar saúde, vida e trabalho”, observou.
Fechamento de postos de trabalho
Segundo os dados apresentados pela empresária, em janeiro o Tocantins tinha 18.054 empresas no setor e Palmas, 4.886. Mas, desde março de 2020, início da pandemia, houve uma redução de 2.857 no Estado e de 890 na Capital.
Falta diálogo
Ela afirmou que falta diálogo com o setor quando para definir as medidas de enfrentamento da doença, e que uma das raras exceções foi o último decreto do Estado, que contou com a participação dos empresários. “Nós precisamos realmente de um auxílio, de uma ajuda, porque a gente tem que se preocupar muito é se vai sobrar o que abrir depois da pandemia. Nós vamos conseguir sobreviver a tudo isso?”, questionou.
12 mil empregos
Ana Paula ressaltou que os bares e restaurantes geram 12 mil empregos diretos no Tocantins, fora diaristas e músicos, por exemplo, que também dependem do setor. Ana Paula lembrou que os trabalhadores da área são pessoas carentes, um público ainda mais impactado pela suspensão das atividades.
Não há comprovação
A presidente da Abrasel não concorda com quem defende que o setor contribui para o aumento da contaminação por Covid-19. “Não existe pesquisa científica que justifique que bares e restaurantes são pontos contaminadores”, garantiu. A empresária ressaltou que dentro de um bar e de um restaurante os protocolos são respeitados, com ocupação de somente 50%, o cliente está sentado e quem o serve usa máscara, luvas e álcool em gel.
Triste e cruel
Ana Paula afirmou que é diferente de outros segmentos, nos quais as pessoas circulam. “O meu marido se infectou dentro de um supermercado, a gente não ia para bar e para restaurante. Era meu marido quem saía para fazer atacado, para fazer compra para o restaurante”, ilustrou, numa referência ao empresário pioneiro de Palmas, Paulo César de Souza Pavoni, que faleceu de Covid-19 em setembro, aos 67 anos. Para a presidente da Abrasel, culpar bares e restaurantes por contaminação, “é triste, cruel”. “Porque mantemos nossos protocolos em dia.”
Pautas ao Estado e município
O setor já entregou pautas de reivindicações ao governo do Tocantins e à Prefeitura de Palmas, onde se concentra a maior parte dos postos de trabalho do segmento. Do primeiro que quer que retire o ICMS da água e energia e que impeça o corte por pelo menos seis meses nas empresas do segmento. Da segunda, quer a isenção ou tarifa social para IPTU e ISS.
Entrevistadores
Para entrevistar a presidente da Abrasel, Quadrilátero convidou os jornalistas Daniel Machado, editor do portal Norte Agropecuário, colaborador da rádio argentina Africana e que escreve para jornais e portais do Uruguai e da Argentina; e Fábia Lázaro, editora e apresentadora do Programa Bons Negócios Tocantins.
Assista a seguir a íntegra de Quadrilátero com a presidente da Abrasel, Ana Paula Setti: