“Andei por todos os jardins,/procurando uma flor pra te ofertar/ Em lugar algum eu encontrei, / A flor perfeita para lhe dar…/Ninguém sabia onde estava / Esta flor de mimosa perfeição / Ela se chama flor mamãe / E só nasce no jardim do coração../ Enfeita nossos sonhos / Perfuma nossa ilusão /Flor divina, eu suponho, / Faz milagres em orações / Neste dia de carinho / Quero senti-la no peito / Inebriando minha alma / Flor mamãe amor perfeito…”
Essa era a letra de uma bela música que aprendi a apreciar na infância e muito mais da adolescência em diante, quando na minha cidadezinha do interior, minha querida terra natal Dianópolis, outrora Nordeste de Goiás, hoje Sudeste do Tocantins, a ouvia no serviço de alto-falantes da cidade, denominado Maranatha, capitaneado pelo inesquecível Mestre Padre Magalhães, de quem fui além de aprendiz no mundo da cultura, um amigo pessoal. E foi lá que tive a honra e o prazer de ser o operador daquele sistema de difusão de belas músicas, em especial clássicas, que moldaram o mundo das minhas poesias, dos meus sonhos e ilusões.
E foi lá, também, na terra das Dianas, antigo São José do Duro, que iniciei minha jornada para cumprimento da tarefa que me foi confiada pelo Criador nesta efêmera vida. E quando nasci, já vim sob os cuidados do meu pai, Pery, o meu irmão mais velho, exemplos para mim e sob os cuidados de uma mulher extraordinária, minha insubstituível mãe, Stela, além de duas irmãs de criação, Felizarda (Dadinha) uma segunda mãezona e Marly, contemporânea de idade e que me acompanhou nas aventuras de infância e adolescência, além de mais cinco irmãs, mais duas que vieram após meu nascimento, além de outro irmão. Portanto, em meu lar éramos 14 pessoas. Minha missão se iniciava cercada dos cuidados de tantas mulheres maravilhosas.
Ensina-nos as Sagradas Escrituras que quando Deus criou o homem, Ele o fez Sua imagem e semelhança. Entregou para os cuidados desse mesmo homem, a natureza, outra comprovação da Sua própria e transcendental existência.
Mas percebeu, logo depois, que para a suavidade das brisas, o conforto das águas, a energia do sol, a fertilidade da terra e a beleza das flores e dos “beija-flores”, faltava alguém mais sublime, mais delicada, mais doce, sem a qual o mundo estaria incompleto e, então, num momento de plena luz, se assim podemos dizer, nos deu a MULHER, que logo assumiu o papel de rainha do universo, da terra e do lar; e Esse mesmo Criador, concedeu a ela a sublime missão da maternidade, do companheirismo, da determinação, da garra e da solidariedade.
E muitas delas, para não dizer todas elas, quando mães, se fazem missionárias e condutoras de seres que vêm com o propósito de auxiliarem na grande transição porque passa o nosso planeta Terra. Neste caso, elas recebem o comando de trazer uma alma para este mundo.
Porém, pessoas com essa frequência espiritual, ainda não são a totalidade, como gostaríamos que fossem. O comum, ainda, é fazer filhos apenas para cumprir uma programação social, ou seja, para agradar à família ou para fugir do medo da escassez de sentimentos que traz a solidão.
Sem ela, um ser que se fez, faz e vive na transcedentalidade de um amor incondicional, nós homens, seríamos apenas uma metade. Por certo, algum poeta que sabe sonhar e viver as belezas do dia a dia, estabeleceu a comemoração do seu dia e não por acaso, em Maio, mês das flores, dos amores, mês de Maria, a Rainha das rainhas entre as mulheres.
Maio, mês essencialmente especial! As Mães que Deus escolheu para nos gerar, criar, educar, proteger e amar. Não foi por mero acaso. É o Mês de Maria, que no seu semblante e exemplo de vida, deixa transparecer a divindade de seu Filho muito amado, Jesus. Todas as mães, a exemplo de Maria, são expressão plena de um puro amor. Maria é promessa e esperança, é ternura e solidariedade, é bondade e benevolência. É o veículo direto que nos comunica com Seu Filho. É nossa intercessora. A ela, confiamos nossas fraquezas, nossos sofrimentos, nossas limitações. Maria é nosso auxílio! O colo de Maria é maternal. Nele, encontramos abrigo e consolo. Ela, espiritualmente nos conforta, nos acalenta. A presença da Virgem Maria em nossas vidas é real. Maria nos guia a cada momento. É mãe cuidadosa e amorosa com seus filhos, como, também, devem ser todas as mães.
Que todas as mães sejam, a exemplo de Maria, acalentadora de seus filhos, educando-os e amando-os, dentro dos princípios morais, éticos e espirituais. Que sejam todas mães comprometidas com seus filhos, até as últimas consequências. Isso, alegrará o Coração. Ela é Mãe Celeste das Mães. Ela abençoa e solidifica a fé em seu Filho amado.
O profundo mistério de ser Mãe de Jesus, a coloca numa posição privilegiada na história da salvação, elevando-a acima de todas as criaturas. Porém, não podemos esquecer que sua vida humana foi normal, semelhante a todas as outras mulheres, com as devidas diferenças de épocas. Ela viveu preocupações, sofrimentos, trabalhos e tudo que é inerente às outras mulheres. Estamos acostumados a vê-La nos altares, merecidamente, envolta em vestes douradas, mãos postas, glorificada. Mas, nos esforcemos para, também, vê-la de avental, cozinhando, lavando, carregando o filho no colo, sofrendo com os filhos em suas doenças.
A relação humana com Nossa Senhora há de ser sempre uma relação de infinita igualdade e ao mesmo tempo de grandezas diferentes.
E diante de tudo isso, neste dia de maio, trago meu abraço filial, fraternal e de companheirismo para todas mulheres-mães, através de todas as Stelas, Marias, Júlias, Julianas, Marianas, Marias Claras, Anas Julias, Anas Sílvias, Anas Carolinas, Marlis, Felizardas, Celestes, Carmelitas, Ciledes, Denises, Ivones, Marias Helenas, Stelas Marias, Marias, Marias de Jesus, Ledas e todas as demais mulheres do mundo, em especial as que fazem parte do meu dia a dia e se transformam em flores no jardim do Criador.
JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado; membro-fundador da Academia de Letras de Dianópolis.
candido.povoa23@gmail.com