Quanto mais o cerco se fecha, mais o presidente Jair Bolsonaro radicaliza. Foram várias declarações, deliberadamente, polêmicas só nesses últimos dias. O objetivo é claro: desfocar o debate e convulsionar a sociedade. Desde o início, a intenção do presidente da República é jogar brasileiros contra brasileiros e promover uma guerra civil, um delírio que sempre cultuou, como mostram vídeos antigos.
Quando enquadrado pelo Congresso no início do ano, Bolsonaro colocou uma camuflagem de ser civilizado. Passou a usar máscara e defender vacinas. Não durou muito. Deve ter sido aconselhado pelos filhos aloprados e outros igualmente desajustados que, dessa forma, estaria admitindo o que efetivamente fez: conduzir uma necropolítica que já dizimou mais de 480 mil brasileiros. O efeito colateral seria perder o apoio de parte dos fanáticos iletrados e analfabetos políticos que o idolatram cegamente e que vibram com seus shows de horrores.
Fica claro que, conforme o clima político vai lhe se tonando mais hostil, mais Bolsonaro reage como onça acuada: ataca adversários, agride a ciência e prega contra a vida. O ápice foi nessa quinta-feira, 10, em que voltou a colocar seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em saia justa ao afirmar que o auxiliar estaria preparando um parecer para desobrigar o uso de máscaras para quem foi vacinado ou já teve Covid-19. Como se em ambos os casos a pessoa estivesse livre de se contaminar. E não está. Além disso, pode infectar os outros. Queiroga logo veio a público com uma desculpite para tentar aliviar a boçalidade de seu chefe. O ministro deveria ter vergonha na cara e entregar o cargo, já que se apresenta como homem de ciência, da qual Bolsonaro, dia sim e outro também, desdenha.
É só mais uma de tantas provas cabais de que o presidente não dá o mínimo valor à vida humana. Tudo para ele faz parte de um joguete político-eleitoral e se vão morreu mil ou 1 milhão tanto faz. Por isso, seu governo, como está evidenciado, sempre defendeu a imunidade de rebanho. Afinal, qual o problema em matar alguns milhões de brasileiros para conseguir se reeleger? Para uma pessoa de traços claros de psicopatia, nenhum.
Diante de um líder que não tem a dimensão do cargo que ocupa em meio à maior epidemia dos últimos 100 anos, quem deve se preocupar é o cidadão para não se deixar levar pela conversa irresponsável e se tornar presa fácil da necropolítica, que visa unicamente a manutenção de um projeto de poder.
Não tenho a menor dúvida de que foram dezenas de milhares de brasileiros que sucumbiram por se espelharem em Bolsonaro. Foram às ruas, se aglomeraram, ignoraram máscara, álcool em gel, distanciamento social, escorando-se na garantia presidencial de que se tratava de uma “gripezinha”, tratável com cloroquina, ivermectina e outros produtos do curandeirismo oficial.
Sem falar de outras dezenas de milhares de vidas perdidas este ano porque o governo Bolsonaro ignorou a vacina até quando pressionado pela sociedade, sempre apostando na imunidade de rebanho e, por isso, insistia na idiotia do ineficaz tratamento precoce. Lembram-se dos lobotomizados dizendo em coro, numa dessas manifestações da morte, “fora vachina, queremos cloroquina”? Um ser, mentalmente saudável, pode gritar isso na rua? Só dementes.
Este governo é genocida. Agiu de forma dolosa para matar brasileiros, ao assumir esse risco com toda a irresponsabilidade com que atuou na condução desta crise sanitária.
Por isso, não acredite no que este cidadão que ocupa a Presidência da República diz. Não é um homem sério.
Use máscara e salve sua vida e daqueles que você ama.
CT, Palmas, 11 de junho de 2021.