No norte do Tocantins, a Fazenda Ipê Roxo, próximo a Luzinópolis, é considerada modelo em produção alternativa pelo cultivo de cacau, café e pimenta-do-reino. Com uso de tecnologia sustentável, tanto no processo de irrigação quanto no uso de equipamentos, a propriedade estará presente na Feira Agrotecnológica do Tocantins – Agrotins 2021 100%, realizada pelo Governo do Tocantins. A feira será realizada entre os dias 15 e 18 de junho, na plataforma https://agrotins.to.gov.br/.
Na área de 20 hectares, muito bem aproveitados, o casal de engenheiros agrônomos Anita e Otávio Gutierrez investe, há sete anos, no cultivo dessas variedades, que atraiu a atenção do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), para parceria voltada ao desenvolvimento e ao fortalecimento do setor agrícola na região.
“Há uns oito anos, resolvemos comprar uma propriedade aqui no Tocantins e decidimos que, aqui, era o lugar com clima ideal para os plantios que queríamos, que eram o cacau, o café e a pimenta. Primeiro, procuramos água; depois, a terra perto da água, porque a gente só faz agricultura irrigada. Então encontramos essa terra próxima ao Rio Piranha, onde nos estabelecemos e começamos a trabalhar. Inicialmente, com a papelada do licenciamento ambiental e depois com o financiamento, sem o qual a gente não teria conseguido plantar o que plantamos”, relata Otávio Gutierrez, acrescentando ainda o que o levou a cultivar cacau, café e pimenta. “Todas as três são culturas que têm potencial produtivo grande e uma lucratividade média boa”, frisa.
Na área do cacau, carro-chefe na produção, são 3,71 hectares de área plantada e 4.450 pés de fruta. A expectativa do casal é produzir a amêndoa acima da média brasileira, que é de 500 kg por hectare. “A tecnologia adotada pelo cacau no mundo inteiro, não apenas no Brasil, é uma tecnologia do século XIX, mesmo com dois séculos de atraso, ainda é uma oportunidade. Se você souber fazer bem feito, você tem chance de ganhar dinheiro por mais tempo. Por isso apostamos mais no cacau, porque a gente acha que é uma oportunidade de mercado mais durável e seu produto permite ainda que você avance na cadeia de produção”, explica o produtor.
Na área destinada ao cultivo de café conilon, são mais de 4 hectares de plantio, com cerca de 12 mil pés. Na última safra, o casal colheu 150 sacas do grão, que foram vendidas a uma indústria de torrefação do Maranhão. Diferente do cacau, o café conta com mais tecnologia no seu cultivo.
Já no cultivo de pimenta-do-reino, um dos condimentos mais apreciados no mundo, o casal destinou uma área de 2,7 hectares, que hoje conta com cerca de 5 mil pés.
Mesmo pequena, a propriedade gera emprego para 14 pessoas e uma alternativa encontrada, para reduzir custos e otimizar a produção, é o desenvolvimento das próprias ferramentas de trabalho. Lá, a tração animal faz a vez de tratores na limpeza e no arado do solo. Porém, a ausência desse maquinário não quer dizer falta de tecnologia, pelo contrário, os empreendedores investem muito em inovação, principalmente na irrigação da área plantada.
Além do cultivo, eles também realizam o processamento de tudo que é produzido, comercializando os grãos de café torrado e moído, pimenta do reino e nibs de cacau, que são pequenos pedaços de grãos de cacau triturados com sabor de chocolate amargo.
Parceria
Os diretores de Assistência Técnica e Extensão Rural, Marco Aurélio; e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Kin Gomides, reforçam a parceria no sentido de expandir o conhecimento aos extensionistas para a melhor oferta de serviço e assistência técnica aos produtores rurais.
“Para isso, temos alinhado uma parceria com os produtores, visando à consolidação dos conhecimentos técnicos na cultura de cacau, café e pimenta-do-reino”, explica o Marco Aurélio Gonçalves.
O diretor de Tecnologia, Ciência, e Inovação, Kin Gomides, frisa sobre a parceria para a construção de um projeto-piloto visando ao fortalecimento dessas cadeias produtivas. “Nosso objetivo é construir uma ponte entre Ruraltins e o produtor rural para desenvolver um projeto pioneiro dessas culturas e, junto com as instituições de pesquisa, promovermos a difusão de tecnologia ao produtor rural, buscando alternativas para melhorar a rentabilidade da propriedade rural, gerando a dignidade ao homem do campo”, completa. (Da assessoria de imprensa)