O deputado estadual Júnior Geo (Pros) foi o entrevistado do quadro Conversa de Política, do jornalista Cleber Toledo, e avisou que o que está no seu foco neste momento é a reeleição ema 2022 e disputar novamente a Prefeitura de Palmas em 2024. Em novembro, Geo foi a grande surpresa nas eleições da Capital, ao ficar em segundo lugar entre 12 candidatos, alguns com estrutura bem superior à dele.
Manutenção do grupo político
Sobre o momento do Tocantins, Geo avaliou que vê uma preocupação do governo com ações que mais visam a manutenção do grupo político no Poder do que, efetivamente, favorecer a população. Ele citou como exemplo a distribuição de cestas básicas, ao invés da implantação do auxílio emergencial. “Meu interesse não é um grupo político, não são as pessoas próximas a mim, meu interesse é o coletivo. Fomos eleitos para esse fim”, defendeu o deputado. “Talvez, por isso, muitos políticos não me queiram ou não me veem com bons olhos dentro do processo porque eu penso diferente, por que estou agindo de forma diferente. Infelizmente, gostando de mim ou não gostando de mim, vou continuar tratando com o devido respeito que merece, mas questionando as ações que cabem ser questionadas. Não cedo a pressão, não cedo a ofertas, os meus princípios vão muito além do que eles podem oferecer.”
Cego, surdo e mudo
O parlamentar afirmou que o custo de se manter na base do governo, em troca de empregos para aliados, é o deputado “ficar de rabo preso” com o Palácio. “Quando o governo coloca para que deputados comecem a indicar pessoas para serem contratadas pelo Estado, o deputado já fica de rabo preso aí. Agora você vai ter que ficar cego, surdo e mudo diante de tudo que o governador fizer, senão as pessoas que você indicou para trabalhar na estrutura do Estado serão demitidas”, disse. “O parlamentar eleito não tem que zelar pela manutenção de seu grupo, não tem que zelar pela sua manutenção na política. Na realidade, ele tem que zelar pelo objetivo maior, exatamente que a sociedade seja bem atendida.”
Jogo de faz de contas
Geo afirmou que o Tocantins “é o único Estado em que governador vai levando em banho-maria o pagamento das emendas e os deputados não fazem nada”. “Não adianta reclamar, tem que agir. Quando você tem o rabo preso, fica tentando levar no banho-maria, mas não é um jogo político, um balcão de negócio. Tem que ser paga e pronto”, concluiu, lembrando que as emendas são impositivas. “É um jogo de faz de contas: desde que os meus contratados permaneçam, as empresas próximas a mim façam prestação de serviços, os veículos de terceiros sejam locados pelo Estado, imóveis de amigos sejam locados pelo Estado, então, se os meus estão bem com o Estado, não me importa se a sociedade está recebendo ou não recursos das emendas parlamentares. A impressão que passa é essa. Não deve ser assim”, defendeu.
Vontade, comprometimento e competência
Sobre as eleições do ano que vem, Geo afirmou que vê o pré-candidato a governador do seu partido, o Pros, o ex-senador Ataídes Oliveira, como “uma pessoa honesta, um dos pré-requisitos que nós precisamos”. No entanto, avaliou que outras condições são fundamentais: ter vontade, comprometimento e competência. “E eu acredito que o Ataídes, de onde ele saiu para onde ele chegou, competência ele tem. Então vejo com bons olhos ele ter retornado ao Pros, estar colocando seu nome à disposição para uma candidatura ao Executivo estadual”, disse o deputado.
Assista a íntegra da entrevista: