Um dos maiores produtores de soja do mundo e filiado à Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Blairo Maggi criticou à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que o uso do nome da entidade por seu presidente, Antonio Galvan, para atacar o Supremo Tribunal Federal (STF) e apoiar o presidente Jair Bolsonaro. “O Galvan fala como se o setor inteiro do agronegócio e da soja assinasse embaixo de suas posições. E isso não é verdade”, disse Maggi.
Para ele, Galvan pode ter posições pessoais de apoio a Bolsonaro e críticas ao STF. “Mas não pode usar a associação para isso”, sustentou. “Ele tem o direito de ir [à manifestação de 7 de setembro], mas não pode falar em nome da entidade. Para isso, precisaria submeter o assunto a uma assembleia e conseguir o apoio da maioria.”
Maggi contou à jornalista ter ligado para Galvan para reclamar. “Eu disse a ele que bloquear estradas com caminhoneiros será uma tragédia para o próprio agronegócio. Uma semana de confusão botará o Brasil de joelhos. Todo o fluxo de insumos e mercadorias será interrompido. Como pode uma associação defender esse tipo de ruptura? É uma tragédia”, afirmou. “A gente sabe como começa. E não sabe como termina.”
Galvan esteve em Brasília semana passada com o cantor Sério Reis, que depois do encontro, afirmou em áudio a um amigo que a ideia deles é parar o país junto com caminhoneiros para “ordenar” que o Senado avalie o impeachment de ministros do STF.