A Polícia Federal executa nesta sexta-feira, 20, mandados de busca e apreensão contra o cantor sertanejo Sérgio Reis e o deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), ambos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e suspeitos de incitar ações contra a democracia.
A operação ocorre a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Há cerca de uma semana, circularam nas redes sociais gravações em que Sérgio Reis convoca uma greve de caminhoneiros para pressionar o Senado a aceitar pedidos de impeachment contra Moraes e o também ministro do STF Luís Roberto Barroso, alvos de ataques de Bolsonaro.
“Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ‘ai’ do caminhoneiro que furar esse bloqueio”, ameaçou o cantor.
“E se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras [do STF], nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, acrescentou Sérgio Reis, que depois seria desacreditado por lideranças dos caminhoneiros e choraria em uma entrevista dizendo que nunca quis agredir ninguém.
Otoni, por sua vez, já foi denunciado pela PGR em julho de 2020 por suposta difamação, injúria e coação contra Moraes, que é chamado pelo deputado de “tirano” e “canalha” em um vídeo divulgado nas redes sociais.
O ministro é relator no STF do inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos e a atuação de milícias digitais ligadas a Bolsonaro para atentar contra a democracia brasileira. Na semana passada, Moraes já havia mandado prender o ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do presidente.