A Polícia Federal (PF) informou ter deflagrado nesta quarta-feira, 17, a Operação Troféu com o objetivo para robuster conjunto probatório relacionado a atos de corrupção investigados em outras investidas da corporação, sendo elas: Replicantes, Hastati e Brutus. Dez agentes cumprem dois mandados de busca e apreensão na Capital. A nova ação é proveniente de celebração de acordo de colaboração premiada.
Pagamento de propina em espécie em contratos da Sesau e Seinf
Conforme a corporação, os agentes buscam elementos que comprovem pagamentos de vantagens indevidas em contratos firmados pelas secretarias estaduais de Saúde (Sesau) e de Infraestrutura (Seinf) em gestões passadas. O foco é a estrutura de recebimento destes valores pelo núcleo de comando da organização criminosa (Orcrim) investigada. Os elementos reunidos até o presente momento apontam para o pagamento de propinas em espécie, que eram transportadas em envelopes até serem entregues diretamente aos chefes do grupo.
Colaborações premiadas
Em ações anteriores, os policiais identificaram um alto número de envelopes que se suspeitava terem sido utilizados para o transporte dos valores, formalizando, por amostragem, a apreensão de alguns deles. Análises realizadas pela corporação conseguiram revelar evidências de que efetivamente eram utilizados para o pagamento das propinas, o que foi corroborado e detalhado pelas colaborações premiadas firmadas e por outras diligências realizadas.
Sofisticado esquema de corrupção
A organização criminosa é suspeita de ter mantido um sofisticado esquema para a prática reiterada de atos de corrupção, fraudes em licitações, desvios de recursos públicos e lavagem de ativos, sempre com o objetivo de acumular riquezas em detrimento dos cofres públicos, além de praticar atos de intimidação e embaraço a investigações.
Batismo
O nome da operação é uma referência a possível motivação que levou os investigados a manterem guardados, alguns por mais de uma década, os envelopes nos quais supostamente eram transportadas e entregues as vantagens indevidas.
Operações anteriores
Das investigações anteriores que sustentam esta nova fase, as operações Brutus e Hastati foram realizadas em março do ano passado e também tinham como objetivo desarticular esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e atos de embaraço às investigações. Mandados foram cumpridos em Palmas e em Natividade. A Replicantes já era um desdobramento da Reis do Gado, que prendeu o ex-governador Marcelo Miranda (MDB). A iniciativa chegou a prender três empresários em novembro de 2019 por desvios de recursos públicos por meio de contrato firmado com o Estado.