Secretário de Relações Internacionais da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, Romênio Pereira esteve em Palmas no fim da manhã desta quinta-feira, 18, para uma conversa com a imprensa no gabinete do presidente do diretório estadual petista, o deputado José Roberto (PT). O principal foco do encontro foi garantir o apoio à pré-candidatura a governador de Paulo Mourão (PT) em 2022. A visita do dirigente vem em um contexto de constantes intervenções realizadas no Estado de 2006 para cá.
Compromisso de construir candidatura de Mourão
Romênio Pereira afirmou que a viagem ao Tocantins aconteceu com o conhecimento da presidente nacional da sigla, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), para reafirmar o “compromisso da direção em construir a candidatura” do ex-deputado e ex-prefeito de Porto Nacional. “Não tem absolutamente nenhuma pessoa das 94 da direção que diz: ‘em Tocantins não terá candidatura de Paulo Mourão’”, garantiu o secretário petista de Relações Internacionais. Em 2022 fará 20 anos que o PT lançou seu último candidato ao governo do Estado, com Valdenor Lisboa.
Projeto nacional define política regional
Diante do histórico de intervenções no Estado, Romênio Pereira tentou minimizar os eventos, avaliando ser algo natural da discussão no âmbito federal, que acaba envolvendo os cenários regionais. Por outro lado, o dirigente indica que estas negociações para o ano que vem não devem influenciar o projeto dos petistas tocantinenses. “Não foram feitas só no Tocantins [as intervenções]. Em mais de dois terços da federação já fizemos. […] Você tem um projeto nacional que é o que define as políticas nos estados”, argumenta o secretário, que, em seguida, pondera. “Não conheço nenhuma reivindicação de nenhuma [outra] liderança partidária, de nenhum partido, deste espaço para disputa pelo governo no ano que vem”, avisa.
Lula no Tocantins
Na ocasião, o dirigente confirmou que uma visita do ex-presidente Lula da Silva está sendo articulada para 2022, mas negou que este movimento seja para dar segurança à pré-candidatura petista ao Palácio Araguaia. “Ele vem aqui não é para dizer que o Paulo é candidato. O Paulo já é o nosso candidato, não tem esta reafirmação. Ele vem aqui dizer sobre o papel da Amazônia e do Norte do País na economia e no cenário internacional”, argumenta. O próprio pré-candidato fez coro a esta afirmação. “A vinda aqui não é para simplesmente dar um recado de que nós seremos candidatos, mas sim dizer que ele vai transformar o Tocantins. É neste sentido que ele vem, e também para debater políticas”, acrescentou o ex-deputado federal.
Sem aliados de Bolsonaro e Moro
Romênio Pereira revelou ter expectativa de conseguir duas cadeiras na Câmara Federal pelo Tocantins e de ampliar a representação na Assembleia Legislativa, e ainda afirmou que caberá ao futuro candidato e ao partido no Tocantins as articulações de composição, deixando claro restrições a siglas ligadas ao atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido). Na ocasião, José Roberto contextualizou o cenário. “Individualmente, a gente já fez conversas com vários partidos. A resolução que orienta a eleição ainda não saiu. Agora, historicamente a gente já sabe. Só procuramos não dar publicidade. Não vamos dialogar com alguém que defende Bolsonaro, [ex-juiz Sérgio] Moro (Podemos). É impraticável”, projeta.
Unidade da oposição será difícil
Paulo Mourão estendeu sobre o assunto e avaliou que, devido a esta realidade, será difícil unir todos os oposicionistas no Tocantins. “Estas composições vão se dar com a reprodução do que o Lula irá construir a nível nacional. É muito difícil termos uma unidade de oposição porque os grupos defendem a candidatura de Bolsonaro e do Moro. Os outros pré-candidatos são ligados a um dos dois, todos eles”, anota.
Outros pré-candidatos fazem agrupamento pelo Poder
O petista aproveitou para se diferenciar dos possíveis adversários, citando os presentes na programação de quarta-feira, 17, em Araguaína, e colocando-os ainda como bolsonaristas ou palacianos, seja por aproximação com o titular afastado, Mauro Carlesse (PSL), ou com o interino, Wanderlei Barbosa (sem partido). “Os outros pré-candidatos fazem a mesma política do agrupamento do Poder. Quando eles discutem, não tem povo, não tem segmento social. O que interessa a estes grupos que já estão combinando apoio político é o poder, e para eles, não para o povo. São defensores deste estado anárquico que está no Brasil. Estas pessoas defendem a continuidade desse processo”, comenta.