A Assembleia Legislativa aprovou nesta quarta-feira, 15, o Projeto de Lei (PL) que batiza o Hospital Geral de Araguaína (HGA) com o nome de Olyntho Garcia de Oliveira, avô do deputado estadual Olyntho Neto (PSDB). O texto apresentado por Valdemar Júnior (MDB) foi alvo de intenso debate.
Homenagem ao dr. Virgílio Lázaro
Com base em Araguaína, Elenil da Penha (MDB) reconheceu a importância de Garcia de Oliveira para o município, mas argumentou que uma homenagem ao neurocirurgião Virgílio Lázaro Rodrigues Oquendo seria mais condizente. “Acredito que vamos estar abraçando a saúde, porque ele tem uma identidade com todas as pessoas que trabalharam no HRA [Hospital Regional]”, disse o emedebista, que também sugeriu que o avô de Olyntho Neto pudesse ser lembrado em outras obras.
Fica na consciência de cada um dar o voto
Amália Santana sugeriu a possibilidade de Garcia de Oliveira ser homenageado não dando nome ao HGA, mas para alguma ala da obra. Entretanto, Valdemar Júnior (MDB) sugeriu o contrário, para que o projeto fosse mantido do jeito que está e que demais profissionais fossem lembrados em partes internas da estrutura. O emedebista também fez questão de comunicar que não iria tirar o texto da pauta. “O Plenário é democrático, é plural e soberano. Fica na consciência de cada um para dar o voto, seja sim, seja não”, avisou.
Muitos merecem ser homenageados, mas não tem filho deputado
Outros também questionaram o projeto. “Não estou aqui para tirar mérito de ninguém, mas acho que se vão olhar a questão da saúde, tem que escolher alguém da área”, disse Issam Saado (PV). Já Júnior Geo (Pros) foi além e pediu para que colegas deixem de homenagear parentes. “Para evitar este tipo de constrangimento, queria fazer uma sugestão para que venhamos a ter o bom senso de não mais apresentar PL dando nomes a obras públicas de parentes de parlamentares que aqui se encontram. Tem muita gente que contribuiu para a sociedade tocantinense, com o Estado, mas não tem um filho que é deputado. Temos muitas pessoas que merecem muito ser homenageados”, argumenta.
Reconhecendo a história daqueles que trabalharam duro
Quem não gostou da sugestão de Júnior Geo foi Luana Ribeiro (PSDB). “Nossa prerrogativa de homenagear as pessoas, independente de ter sido próximas ou não, não podemos abrir mão. Eu não abro mão. É só para ficar a reflexão. O fato da gente homenagear pessoas ligadas a nós não quer dizer que estamos maculando o Parlamento não. Estamos reconhecendo a história daqueles que trabalharam duro para que nós chegássemos até aqui”, rebateu.
Projeto deste não tinha nem o que discutir
Ivory de Lira (PCdoB), Ricardo Ayres (PSB), Vanda Monteiro (PSL), Valderez Castelo Branco (PP) e Nilton Franco (MDB) defenderam publicamente o Projeto de Lei. “Agora na hora de votar, cria-se uma polêmica desta. Por que nós deputados não podemos homenagear nossos entes queridos? Sinceramente, uma matéria desta não tinha nem que se discutir”, chegou a dizer o emedebista. Fabion Gomes (PL) adiantou voto favorável, mas fez ressalva. “Sinceramente, eu vou votar por respeito. Mas a obra de um hospital tinha que colocar o nome de um médico, uma enfermeira”, disse.
Apesar da discussão, o Projeto de Lei foi aprovado. Apenas no primeiro turno Elenil da Penha fez questão de destacar a abstenção.