Com mais de 120 pacientes na lista de espera por cirurgia, o setor de neurocirurgia do Hospital Geral de Palmas (HGP) foi alvo de vistoria realizada por representantes do Ministério Público Estadual (MPE), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública Estadual (DPE), nessa segunda-feira, 16.
Na vistoria, constatou-se que o setor se encontra com as cirurgias suspensas por falta de equipamentos, materiais básicos e leitos de UTI de retaguarda, situação grave, uma vez que tais casos necessitam dessa disponibilidade de leito. De acordo com ofício encaminhado pela coordenadoria da neurocirurgia à diretoria do HGPP no dia 9, os serviços foram suspensos porque “o único microscópio do maior hospital do Estado não funciona adequadamente há meses e outros equipamentos como craniótomo, clipes de aneurisma, cola biológica, dentre outros, ou não funcionam ou estão em falta”.
Durante a inspeção, uma lista dos pacientes que estão aguardando por procedimentos, totalizando 123 pacientes, também foi entregue à promotora de Justiça, Maria Roseli de Almeida Pery, à procuradora Carolina Rosado e ao analista do Núcleo de Atendimento em Saúde (Nusa) da DPE, Paulo Henrique de Oliveira. Na lista, é possível observar que alguns pacientes aguardam há meses pelos procedimentos. Alguns deles esperam há quase um ano, inclusive, em casa.
Esta realidade foi verificada de perto pelos representantes do MPE, MPF e DPE, que percorreram os leitos do setor ouvindo médicos, pacientes e acompanhantes. Constataram que alguns pacientes têm problemas graves como aneurismas e tumores, e que cada dia sem a realização dos procedimentos aumenta o risco de morte ou de complicações e sequelas graves.
Na ocasião, relataram que há ações judicializadas na esfera estadual e federal que tratam de problemas no hospital. Uma delas, de 2017, é específica sobre os problemas do setor da neurocirurgia. “Agora devemos nos reunir e estudar qual a melhor medida a ser tomada para resolver este problema, que é grave e urgente”, informou a promotora de Justiça Maria Roseli, que também requisitou, na oportunidade, a relação dos pacientes que foram a óbito sem atendimento, para encaminhar os casos à Promotoria de Justiça criminal.
Durante a vistoria, os médicos ainda expuseram as dificuldades que possuem em relação aos leitos de UTI no setor, que precisa, hoje, de pelo no mínimo quatro leitos de retaguarda. Também citaram que, se tivessem hoje todos os materiais e equipamentos necessários, ainda assim seriam necessários quase seis meses para zerar a demanda de cirurgias eletivas, visto que a capacidade do setor de neurologia é de realizar de cinco a seis cirurgias por mês. (Com informações da ascom do MPE/TO)