O principal tema da coletiva de imprensa do Podemos realizada na tarde desta segunda-feira, 7, foi – curiosamente – a possibilidade de Ronaldo Dimas levar a pré-candidatura a governador para outra sigla. A movimentação tem conhecimento da presidente nacional do partido, deputada federal Renata Abreu (SP). O objetivo é garantir uma composição maior ao projeto para o Palácio Araguaia.
Semana decisiva
Ronaldo Dimas foi quem confirmou ter recebido convites do Partido Liberal (PL) – antes nas mãos do deputado federal Vicentinho Júnior (sem partido) e agora sob comando do grupo do senador Eduardo Gomes (MDB) – e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), comandado pelo ex-governador Marcelo Miranda. O ex-prefeito de Araguaína revela que viaja para Brasília para uma “semana decisiva”. “Uma série de reuniões discutindo este futuro e esta formação de um grupo partidário mais amplo”, contou.
Se Ronaldo sair, Podemos ainda terá um Dimas
Mesmo que confirmada a saída de Ronaldo, o Podemos ainda terá um Dimas. Filho do ex-prefeito de Araguaína, o deputado federal Tiago Dimas (SD) está de malas prontas para ingressar no partido. Assim, o pré-candidato não deve perder a capilaridade que vem sendo construída na sigla desde 2019. “O Podemos permanece como a base estrutural do nosso objetivo. Todos estes pré-candidatos permanecerão no partido”, disse o ex-prefeito de Araguaína, que projeta fazer duas cadeiras na Câmara e quatro na Assembleia.
Podemos junto de Ronaldo, independente do partido
A possível mudança de filiação partidária de Ronaldo Dimas foi tratada com naturalidade pela presidente nacional, que vê até como benéfica e garantiu total apoio. “Não vamos trabalhar pelo próprio umbigo, mas para satisfazer os anseios da população, a ponto de avaliarmos juntos uma eventual mudança do Ronaldo Dimas para que tenha ainda mais competitividade, para que consiga aglutinar mais forças, e quem vai ganhar com isto é o Estado do Tocantins. A gente está junto com ele”, disse Renata Abreu.
Alianças
Ronaldo Dimas ilustrou como esta movimentação pode garantir mais alianças, citando o senador Eduardo Gomes, que é líder do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional, o que geraria dificuldades em receber seu apoio se estiver no palanque do ex-juiz Sérgio Moro (Podemos), por exemplo. “De certa forma é um problema. É difícil”, afirma. O ex-prefeito de Araguaína ainda disse “não ter nenhuma dificuldade em estar caminhando” com Bolsonaro em outubro.
Desespero dos outros partidos
Mesmo com a possibilidade de trocar de partido, Ronaldo Dimas fez questão de exaltar a estruturação feita no Podemos e não deixou de alfinetar. “Não é trabalho realizado de última hora, como vejo desespero por parte de vários partidos. Inclusive com ataques a todos deste grupo que compõe o Podemos. Ninguém fez o dever de casa, ficou todo mundo tirando fotografia. Passaram a fazer política virtual, e esqueceram de fazer política real. Sair pelo Estado, conversar com as pessoas, ver o potencial de cada pré-candidato”, afirmou.