O Brasil é um país sui generis. Está envelhecendo rapidamente, atualmente os brasileiros vivem em torno de 76 anos segundo IBGE, com a expectativa de vida aumentando em mais de 30 anos. Até algumas décadas atrás, o tempo máximo de vida média era de 50 anos. A pirâmide etária em nosso país está quase similar a dos países de primeiro mundo, mas sem nunca ter vivido os frutos do primeiro mundo.
Segundo dados estatísticos, entre os estados brasileiros, Santa Catarina é o que apresenta a maior esperança de vida, com 79,1 anos; seguido do Espírito Santo (78,2 anos); Distrito Federal (78,1 anos); e São Paulo, onde a expectativa de vida é de 78,1 anos.
[bs-quote quote=”O Tocantins está em 18ª no ranking dos 27 estados da Federação, com uma expectativa de vida em torno de 73,4 anos” style=”default” align=”left” color=”#ffffff” author_name=”MARCELLO LEONARDI BEZERRA” author_job=”É professor e economista” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/MarcelloLeonardiBezerra60.jpg”][/bs-quote]
Ainda com indicadores superiores à média nacional aparecem, pela ordem, o Rio Grande do Sul, onde a expectativa de vida ao nascer em 2016 era de 77,8 anos; Minas Gerais (77,2 anos); Paraná (77,1 anos); e Rio de Janeiro (76,2 anos).
No outro extremo, com as menores taxas de expectativas de vida estão os estados do Maranhão, com 70,6 anos e do Piauí, com 71,1 anos. Os resultados da pesquisa são usados como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.
Com base na pesquisa feita pela Pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito e Confederação Nacional de Dirigentes Legistas, constatou-se que 78% das pessoas não se preparam para aposentadoria e somente 19% estão se preparando.
Ainda segundo a pesquisa, os que não se preparam têm o seus motivos, dentre eles 47% afirmam que não sobra dinheiro, 22% estão desempregados, 19% começaram a guardar com essa finalidade, mas não continuam por problemas financeiros e outros 15% têm outras finalidades.
Importante ainda ressaltar desta pesquisa que 56% das pessoas priorizam a compra da casa própria, 44% estudos e 22% compra do carro.
Considerando o histórico tortuoso econômico e politico nacional, podemos afirmar que a falta de dinheiro e a instabilidade no futuro de todas as vertentes, de fato, motiva os brasileiros a não ter uma cultura mais adequada para aposentadoria. Os governos têm que estimular a ideia da aposentadoria, mas fazendo a contrapartida, que o histórico demonstra que até o momento não foi feito.
A falta de saúde, educação e segurança, dificulta o contribuinte a priorizar o pagamento das contribuições da aposentadoria ou mesmo até pensar sobre assunto de forma clara e consistente, pois tem que utilizar os seus recursos parcos para tentar se equilibrar no seu dia a dia, não tendo fôlego para um planejamento mínimo.
Ressalto ainda que a prioridade do brasileiro é tão grande do ponto de vista básico de subsistência, que os indivíduos priorizam outros itens de curto prazo, como aponta a pesquisa, o caso da casa própria.
Não poderíamos antes de fechar este artigo deixar de mencionar que o estado do Tocantins está em 18ª no ranking dos 27 estados da Federação, com uma idade média de vida em torno de 73,4, ou seja, com 6 anos a menos do que o estado de Santa Catarina e 2 cima do Maranhão.
O estado do Tocantins pela sua magnitude tem que melhorar seu percentual de expectativa de vida. Primeiro investindo na de qualidade de vida de sua população com respeito ao ser humano, que precisa do amparo do Estado naquilo que é de sua responsabilidade.
MARCELLO LEONARDI BEZERRA
É professor e economista
E-mail marcellolb@terra.com.br