Após apresentar áudio para acusar o delegado Guilherme Rocha de ter tentado forjar flagrante em 2016, o presidente do Partido Socialista Brasileiro, Carlos Amastha, e o deputado federal Tiago Andrino (PSB) solicitaram à Corregedoria-Geral da Polícia Civil nesta sexta-feira, 21, o afastamento cautelar e imediato do servidor de toda e qualquer investigação relativa aos políticos. O pedido apresentado pelo advogado Lucas de Castro também cobra a abertura de processo administrativo disciplinar para apuração da conduta.
Melhor apuração dos fatos
O documento defende que pedido é justificado devido a gravidade dos fatos expostos. “Os peticionários entendem que é necessária uma melhor apuração dos fatos apresentados, realizando detida análise do conteúdo do áudio, a fim de apurar a existência de ilícito funcional. Ademais, diante da comprovada parcialidade do senhor Guilherme Rocha perante os peticionários, é imperioso o imediato afastamento deste em quaisquer investigações em curso envolvendo algum dos peticionários, a fim de preservar a instituição e evitar futura declaração de nulidade por parcialidade de atos praticados por ele”, detalha.
A defesa do delegado
O delegado Guilherme Rocha se manifestou na noite de quarta-feira, 20, sobre as acusações. O primeiro ponto atacado pelo servidor da Secretaria de Segurança Pública foi o fato do áudio “não possuir comprovação de integridade” e “muito menos de legalidade”. “Aparenta tratar-se de gravação clandestina, ilegal e sem contexto, cujo conteúdo é em grande parte incompreensível. Nos poucos trechos audíveis, entretanto, não se vislumbra a prática de nenhum tipo de crime ou de ordem ilegal emanada desta autoridade”, resume.
Confira a íntegra da nota do delegado:
“Em relação ao teor da entrevista coletiva realizada na tarde de hoje, 20.07.2022, pelo advogado Antônio Ivanowich Filho, na qual foram aventadas condutas ilegais por parte deste Delegado de Polícia, esclareço que:
1. O áudio apresentado não possui comprovação de integridade, muito menos de legalidade, aparentando tratar-se de gravação clandestina, ilegal e sem contexto, cujo conteúdo é em grande parte incompreensível. Nos poucos trechos audíveis, entretanto, não se vislumbra a prática de nenhum tipo de crime ou de ordem ilegal emanada desta Autoridade Policial.
2. Em toda a carreira deste Delegado de Polícia, não houve nenhuma prisão em flagrante relacionada a crime eleitoral de distribuição ilegal de cestas básicas, afastando por completo a caluniosa imputação de “flagrante forjado”.
3. As falsas acusações ora realizadas são decorrentes de interpretações criminosas dadas por advogado com considerável ficha criminal, já condenado judicialmente por corrupção em decorrência de investigações realizadas pela DRACMA/DECOR quando a unidade era dirigida por este Delegado de Polícia.
4. O caso revela apenas mais um ato de retaliação às ações de combate à corrupção, como outras perseguições já comprovadas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Éris, que resultou no afastamento de membros da suposta organização criminosa que agia dentro da Secretaria da Segurança Pública do Estado do Tocantins para impedir investigações contra a corrupção e cujos réus são, atualmente, clientes do referido advogado.
5. Todas as medidas administrativas e judiciais serão tomadas para a responsabilização dos envolvidos nas calúnias hoje propaladas, a fim de zelar pela credibilidade e honradez conquistadas ao longo de mais de treze anos de trabalho sério e de combate à corrupção desenvolvido por este Delegado de Polícia.
Guilherme Rocha Martins
Delegado de Polícia Civil“