Composta por PT, PV e PCdoB, a federação “Brasil da Esperança” realizou convenção na tarde desta quinta-feira, 4, no auditório da Associação Tocantinense de Municípios (ATM). Como esperado, Paulo Mourão (PT) foi lançado como candidato a governador. O evento foi marcado por curiosas presenças, como a do senador Irajá Silvestre (PSD) e de Derval de Paiva (MDB) e Raul Filho (MDB), insatisfeitos com os rumos adotados pela direção emedebista. Ex-governador do Piauí, Wellington Dias foi a personalidade petista no âmbito nacional que prestigiou a programação. O partido lançou uma candidatura a governador depois de 20 anos sem concorrer ao governo do Estado — a última vez foi exatamente em 2002.
Vagas de vice-governador e senador em aberto
Único nome deliberado para a majoritária, Paulo Mourão revelou que as vagas para vice-governador e ao Senado ainda estão na mesa na tentativa de garantir uma composição com mais agremiação. “Abrimos uma discussão, vamos travá-la hoje à noite [quinta-feira, 4], no sentido de buscarmos um entendimento. Para nós, o importante não é somente ganhar as eleições, mas não mais envergonhar o povo tocantinense. A discussão será feita comigo, como candidato, e a executiva dos partidos que compõem a federação. Como temos até amanhã [sexta-feira, 5] para a chapa ser oficializada, vamos deixar em aberto justamente para isto”, disse em entrevista após o evento.
Tenho que pedir de joelhos ou temos que todos nós assumirmos compromisso
Na convenção em si, Paulo Mourão lamentou o aumento dos preços e o impacto disto no Estado, alegando que quase 450 mil tocantinenses sobrevivem com menos de R$ 450,00 por mês. Diante deste contexto, o petista lamentou a dificuldade de conseguir ampliar uma frente mais ampla para combater tais pontos. “E eu vou discutir se o partido vai me apoiar ou não? Eu tenho que pedir de joelhos? Ou temos que todos nós assumirmos o compromisso e ir para as ruas mudar esta realidade. Eu não tenho vaidade de ser governador. Sei o fardo é o quanto isto é pesado. É muito sério! É tão sério, que quantos governos não concluíram mandatos, renunciaram, foram cassados”, contextualizou.
PV e PCdoB com Lula, mas não com Mourão
Da mesma forma como aconteceu no lançamento da pré-candidatura de Paulo Mourão ao Palácio Araguaia, o presidente do Partido Verde (PV) no Tocantins, Marcelo Lelis, voltou a se comprometer com a eleição de Lula da Silva (PT) ao Palácio do Planalto, mas não fez qualquer menção ao projeto petista para o governo estadual. À frente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o deputado estadual Ivory de Lira esteve na mesa da convenção, mas não discursou. Apesar de eleitoralmente federados, tudo indica que ambas as siglas estarão organicamente na campanha à reeleição do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), dos quais fazem parte da base.
Irajá tem convicção de que estará junto com Mourão
Irajá Silvestre não apenas prestigiou a convenção, como também discursou, alegando se sentir “muito confortável” no palanque. O senador lembra que atuou contra o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e destaca votos contrários às reformas da previdência e trabalhista, posicionamento igual aos dos petistas na época. Politicamente, o parlamentar fez a defesa de uma união das oposições “Eu ainda tenho a convicção que, nestas eleições, estaremos juntos. Com muita sabedoria, nas poucas horas que restam de convenções partidárias, onde o diálogo deve prevalecer, acredito que chegaremos a um grande entendimento pelo bem do Tocantins”, afirmou.
Presença de emedebistas
À Coluna do CT, Derval de Paiva explicou que a presença dele e de Raul Filho na convenção petista é uma “observação” de um processo que considera “diferente de quase todos”. “Paulo Mourão tem uma candidatura muito interessante e acoplada com o candidato a presidente da República favorito. É bom entender isto, não desprezar este fato e incluí-lo nos argumentos que vamos ter”, defendeu.
Ainda discursaram os presidente do Partido dos Trabalhadores no Tocantins, Zé Roberto; da Rede Sustentabilidade, Fábio Ribeiro; o membro da executiva do Partido Comunista do Brasil, Carlos Elias, o deputado federal Célio Moura (PT) e as estaduais Luana Ribeiro (PCdoB) e Amália Santana (PT); e o prefeito de Dianópolis, José Salomão.