O candidato a senador do PSB, Carlos Amastha, ficou em segundo lugar na cidade que ele administrou por cinco anos, Palmas. O ex-prefeito obteve dos palmenses 31.052 votos (21,74% dos válidos). Apesar de boa a votação, muito abaixo do que conseguiu a senadora eleita Dorinha Seabra Rezende (UB), 72.268 (50,59%). Ou seja, a votação de Dorinha foi 132,7% superior à de Amastha.
GRANDE FIASCO, APESAR DE CINTHIA E OUTROS
Agora o grande fiasco mesmo foi da atual titular da vaga de senadora, Kátia Abreu (Progressistas). Ele obteve apenas 12.510 votos (8,76%) na Capital, isso porque contava com o apoio da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), dos deputados estaduais Valdemar Júnior (Republicanos) e Cláudia Lelis (PV), além de vários vereadores e ex-vereadores, como Rogério Freitas (PSD), Lúcio Campelo, Laudecy Coimbra (SD), José do Lago Folha (PSDB), coletivo Somos e do agora deputado estadual eleito Eduardo Mantoan (PSDB).
EFEITO JANAD FOI MAIS FORTE?
Nos bastidores, comenta-se que o apoio da presidente da Câmara e agora deputada estadual eleita, Janad Valcari (PL), parece que ter surtido mais resultado no desempenho de Dorinha, do que todos os que pediam voto para Kátia.
APOIO PESO PESADO
Muita maldade, afinal, a nova senadora tocantinense contava em Palmas com o apoio do governador reeleito Wanderlei Barbosa (Republicanos) e de seu filho, o deputado estadual Léo Barbosa (Republicanos), pela segunda vez o mais votado da Assembleia no Estado.
MOTOCIATA NÃO AJUDOU
Na eleição presidencial no Estado, não valeu muito a forte mobilização de Jair Bolsonaro (PL), com direito a motociata e grande comício, em duas cidades do Bico do Papagaio, Axixá e Araguatins, ao lado de seu candidato a governador Ronaldo Dimas (PL). Ambos saíram derrotados de lá nesse domingo, 2.
NÃO VAI. NÃO VAI, NÃO
Em Axixá, em seu discurso, Bolsonaro garantiu a Dimas: “Tenho certeza que será o nosso governador. Você terá uma grande votação em todo o Estado, mas aqui em Axixá terá uma votação maior ainda”. Como diz aquela senhora do vídeo que há anos roda as redes sociais: “Não vai. Não vai, não”. O candidato a governador bolsonarista perdeu com 37,35% dos votos contra 43,97% para Wanderlei. Mas Bolsonaro parece não ter empolgado os eleitores da cidade. Foi derrotado por Lula, que obteve 59,49% dos votos contra 37,09% para o atual presidente.
TACA EM ARAGUATINS
Em Araguatins, a derrota foi mais ampla: Wanderlei venceu com 54,59% contra 21,5% para Dimas; e Lula meteu 57,14 sobre Bolsonaro, que amargou um 37,2%.
TRÊS FAMÍLIAS DERROTADAS
Nas eleições desse domingo, três famílias saíram derrotadas: os Dimas, os Abreus e os Mirandas. Além de Ronaldo Dimas não ter sido eleito governador, seu filho Tiago Dimas, não se reelegeu deputado federal e viu sua votação derreter de 71.842 em 2018, quando foi o mais votado, para 42.970, uma perda de 28.872 votos.
MENOS VOTOS QUE TOINHO
Os Abreus perderam duplamente: Kátia vai deixar o Senado após dois mandatos e Irajá teve uma votação pífia. Para se ter ideia, ele teve menos votos para governador (63.084) do que o deputado federal eleito Antônio Andrade (Republicanos), que conseguiu 63.813.
EXPECTATIVA FRUSTRADA
Sobre o ex-governador Marcelo Miranda (MDB) pairava uma grande expectativa, inclusive, nas vésperas das convenções muitos se empolgaram em disputar contando em ser “puxados” por uma grande votação dele. Foram apenas 3.593 votos, que levou Marcelo à sua primeira derrota eleitoral na carreira.
CHAPA NÃO AJUDOU DULCE
Além dele, a ex-primeira-dama Dulce Miranda (MDB) não conseguiu seu terceiro mandato de deputada federal, apesar de ter sido bem votada e quase mantido o resultado de 2018 – foram 38.130 votos nesse domingo contra 40.719 há quatro anos. Mas os números de seus colegas de chapa foram muito inferiores.
MAIORES DERROTADOS
MDB e PT foram os maiores derrotados nestas eleições legislativas. Ficaram sem nenhum representante na Assembleia e na Câmara Federal. E o MDB ainda tem outro fato contra: pela terceira vez seguida o partido não lança candidato a governador. Isso já havia ocorrido na suplementar e na ordinária de 2018. Neste ano, o partido emplacou o ex-deputado Freire Júnior como vice de Dimas.
TODOS REELEITOS
O MDB elegeu Dulce em 2018 e mais cinco deputados estaduais. Antes do fechamento da “janela” partidária, três estaduais foram para o Republicanos (Valdemar Júnior, Nilton Franco e Jorge Frederico) e um (Jair Farias) para o União Brasil. Todos foram reeleitos.
ÚNICO QUE FICOU NÃO SE REELEGEU
O único deputado que ficou no MDB, Elenil da Penha, não conseguiu a reeleição. Ele fez 11.732 votos contra 16.826 em 2018.
IVORY MAIS QUE DOBRA OS VOTOS
O deputado estadual Ivory de Lira (PCdoB), atual líder do governo Wanderlei, não só foi reeleito como mais que dobrou sua votação. Em 2018, ele chegou à Assembleia com apenas 7,3 mil votos e nesse domingo obteve 15.651, um aumento de 8.351 votos, ou um crescimento de 114,4%.
CHAPA “KAMIKAZE” É A GRANDE VENCEDORA
Surpresa também no Republicanos, cuja chapa chegou a ser chamada de “Kamikaze” por ter nove deputados estaduais de mandato. Apostava-se que o partido reelegeria no máximo quatro, e os muito otimistas falavam em cinco. Pois nada menos do que sete voltaram. Só ficaram de fora Issam Saado (ex-PV) e Valderez Castelo Branco (ex-PP).
GOVERNADOR E 3 FEDERAIS
Fora isso, o partido elegeu o governador, com a maior votação da história do Estado, e três deputados federais Antônio Andrade, Ricardo Ayres e o estreante Alexandre Guimarães, que a coluna já havia dito que poderia surpreender.
RECORDE DE EDUARDO
Em número absolutos Dorinha é mesmo a senadora com maior votação da história do Estado, com um total de 395.408. Mas, proporcionalmente, ainda não houve quem batesse o recorde do hoje deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (UB). Em 1998, ele foi eleito senador com nada menos do que 74,7% dos votos – Dorinha fez 50,42% nesse domingo. Em números absolutos, Eduardo obteve naquelas eleições 291.624 votos.