De acordo com dados do relatório Education at a Glance 2022, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgados no dia 3, o Brasil é o segundo país com a maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não conseguem nem emprego nem continuar os estudos.
O Brasil alcança 35,9% dos jovens nesta situação, o dobro da média dos países membros da OCDE, que é de 16,6% de pessoas dessa faixa etária sem trabalhar e estudar.
Esse elevado percentual de pessoas excluídas desse processo de transição indica, segundo o relatório, o alto risco de se distanciarem cada vez mais do mercado de trabalho. “Esse grupo, dos que não trabalham e não estudam, deveria ser uma grande preocupação para os governos, já que alertam para uma situação negativa de desemprego e desigualdades sociais”, analisa o documento da OCDE.
O relatório também destaca que é essencial que os países tenham políticas para prevenir que os jovens se tornem parte desse grupo ou que busquem ajudá-los a encontrar um emprego ou voltem a estudar. Em agosto, um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que o Brasil tinha 23% da população de 15 a 24 anos sem trabalhar e estudar. A média mundial do desemprego juvenil é de 16,9%.
Realidade no Tocantins
Apesar da OCDE não especificar os dados por estado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 2019, que cerca de 23,5% dos jovens tocantinenses não estudavam e nem trabalhavam. Número que deve ter se agravado devido ao período da pandemia.
De acordo com um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), esses jovens “nem-nem” em grande parte, são pessoas menos privilegiadas no mercado de trabalho: mulheres, negros, pessoas sem instrução e que habitam nas regiões mais pobres do país: Norte e Nordeste.