A pesquisa “Eficácia de diferentes medidas de tranquilização rápida na agitação psicomotora: estudo de coorte”, em andamento, avaliará a eficácia de 4 opções medicamentosas para a abordagem de pacientes com doença mental e em estado de agitação psicomotora. A agitação é uma emergência médica comum e uma complicação dos transtornos mentais. Representa de 5 até 30% dos atendimentos em um pronto-socorro ou serviço correlato.
Detectar qual ou quais medicações tem efeito mais rápido associado a segurança para o paciente é imprescindível para um bom prognóstico e até mesmo reduzir a permanência do paciente na emergência ou internado. Além disso, a abordagem da agitação psicomotora bem conduzida reduz complicações não só ao paciente como as pessoas ao seu redor e salva vidas.
Nessa pesquisa estamos avaliando através de um modelo naturalístico 619 casos de pacientes que receberam medicações por via intramuscular dentre as seguintes: haloperidol, haloperidol associado a prometazina, midazolam ou haloperidol associado ao midazolam. Após a aplicação foram registrados os estados de agitação através de uma escala num período de até 12 horas, assim como a melhora ou não e eventuais complicações.
Através de uma parceria com o grupo Saúde Mental Baseada em Evidências (SAMBE) da UFMG está sendo possível realizar uma análise estatística sofisticada utilizando técnicas tais como Propensity Score Models (PMS) e Generalizes Boosted Model (GBM), dentre outra. Espera-se identificar a medicação que propicie maior estabilidade ao paciente e necessite de menores repetições da medicação e permita que esteja tranquilo após 12 horas.
Tal resultado dará maior segurança aos pacientes e a equipe de saúde, reduzirá custos e tempo de internações. Além disso, auxiliará na priorização de compra das medicações mais eficazes.
LEONARDO R. BALDAÇARA
É médico psiquiatra, Professor Associado da Universidade Federal do Tocantins, Médico no Hospital Geral de Palmas e Coordenador da Comissão de Emergências Psiquiátricas da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Apoio: Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins – FAPT
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