Ex-deputado estadual e candidato a governador ao Palácio Araguaia no pleito do dia 2, Paulo Mourão (PT) conversou com a Coluna do CT na tarde desta quarta-feira, 1º, para comentar os casos de bloqueios antidemocráticos de rodovias no Tocantins e no Brasil daqueles que não aceitaram a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) no 2º turno das eleições.
WANDERLEI NÃO PODE DAR GUARIDA A MOVIMENTO GOLPISTA
O principal ponto abordado pelo petista foi uma cobrança de uma posição do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). “Precisamos mobilizarmos uma cobrança do senhor governador Wanderlei Barbosa que precisa agir em defesa do Estado Democrático de Direito. Sabemos da parceria, que é defensor do governo Bolsonaro, […] mas tem que ter obrigação e respeito com todos os cidadãos do Tocantins e proteger o Estado. Não pode dar guarida a um movimento golpista”, afirmou Paulo Mourão (PT), que acrescentou: “Está demorando muito. Até agora não tivemos uma fala”. O republicano se manifestou sobre os bloqueios iniciados já na noite do domingo, 30, apenas na tarde desta terça-feira, 1º, quando anunciou para a imprensa a criação de um Gabinete de Crise composto pelas Forças de Segurança.
AÇÃO NÃO É DE CAMINHONEIROS, MAS DE FASCISTAS
Em outra frente, Paulo Mourão fez questão de isentar os caminhoneiros em relação às interdições, citando fala do próprio do presidente da Frente Parlamentar da categoria na Câmara, deputado federal Nereu Crispim (PSD-RS), que considerou que os atos estão sendo praticados “por baderneiros”, e não caminhoneiros. O petista afirma que o movimento parte de simpatizantes do facismo. “Se você analisar esta situação e buscarmos na história do Brasil, vamos começar a compreender que isto é uma ação facista. Não tem caminhoneiros, tem fascistas”, emendou.
GATOS PINGADOS
Paulo Mourão se mostrou preocupado com estes movimentos no País. “Preciso a sociedade brasileira compreender o risco que o Brasil estava, de sermos governados por uma ação integralista brasileira, que tem como ação principal o facismo e a autocracia. É preciso que a gente compreenda e nos mobilizamos contra”, afirmou. Apesar disto, o petista fez questão de destacar que os atos são promovidos por “uma minoria”, por “gatos pingados”, além de defender que “nem todos” os eleitores de Jair Bolsonaro são fascistas.
AÇÃO ESTIMULADA PELO PRESIDENTE
Entretanto, o petista não deixou de criticar o presidente da República. “E o que mais preocupa é o silêncio de Bolsonaro. Por que está até agora em silêncio? Por que não reconhece o resultado das urnas? Óbvio que tem setores do governo que também estão estimulando estes movimentos fascistas. […] Este movimento facista contra democracia, na minha humilde opinião, está sim estimulado pelo presidente. Não justifica a Polícia Rodoviária Federal (PRF) precisar de determinação judicial para manter a ordem pública nas estradas federais brasileiras, e manter o direito constitucional de ir e vir”, questionou.