O crescimento das importações, decorrente da recuperação da economia, reduziu o saldo da balança comercial pelo segundo mês seguido. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira, 2, pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o país exportou US$ 6,142 bilhões a mais do que importou no mês passado, queda de 11,8% em relação ao resultado positivo de US$ 6,963 bilhões em abril de 2017.
Com o resultado de abril, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – acumula superávit de US$ 20,090 bilhões nos quatro primeiros meses de 2018, valor 6% inferior ao do mesmo período do ano passado. Apesar da retração, o indicador acumula o segundo melhor resultado da história, tanto para meses de abril quanto para o primeiro quadrimestre.
No mês passado, as exportações somaram US$ 19,932 bilhões, recuo de 3,4% em relação a abril de 2017 pelo critério da média diária. Todas as categorias de produtos registraram queda na comparação. As vendas de manufaturados foram o principal fator que puxou a desaceleração, com retração de 4%, com destaque para açúcar refinado (-64,1%), óxidos/hidróxidos de alumínio (-24,9%) e automóveis de passageiros (-24,6%).
As exportações de produtos básicos caíram 2,9% em relação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para carne suína (-31,7%), café em grão (-23,1%) e minério de ferro (-21,5%). As vendas de semimanufaturados caíram 2,4%, puxadas pela retração das exportações de açúcar bruto (-57,4%), couros e peles (-27,4%) e óleo de soja bruto (-14,8%).
O principal fator responsável pela queda do saldo comercial, no entanto, foram as importações, que somaram US$ 13,790 bilhões, com alta de 10,1% em relação a abril do ano passado pelo critério da média diária. As compras de bens de capital (máquinas e equipamentos usados na produção) aumentaram 36,2%. As importações de bens de consumo subiram 12,2%. As compras de bens intermediários e de combustíveis e lubrificantes cresceram 6,3% na mesma comparação.
No ano passado, a balança comercial fechou o ano com superávit recorde de US$ 67 bilhões, beneficiado pela supersafra e pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional). Para este ano, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços projeta superávit menor, em torno de US$ 50 bilhões, por causa da estabilização do preço dos bens primários e da recuperação da economia, que impulsiona as importações.
O Banco Central, no último Relatório de Inflação, projetou superávit comercial de US$ 56 bilhões para 2018, com exportações em US$ 225 bilhões e importações em US$ 169 bilhões. (Wellton Máximo, da Agência Brasil)