O ministro da Justiça, Flavio Dino, fez uma atualização nesta segunda-feira, 9, sobre as ações judiciais tomadas contra os bolsonaristas que atacaram os prédios federais na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e informou que “cerca de 1,5 mil pessoas” foram detidas até o momento.
Segundo o representante da pasta, são 50 as equipes da justiça trabalhando para recolher depoimentos e dar andamento aos detidos. Foram 209 prisões em flagrante nesse domingo, 8 e nesta segunda foram mais de 1,2 mil – sendo a maioria de pessoas que estavam no acampamento organizado em Brasília próximo ao quartel do Exército.
Além disso, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 40 ônibus, “inclusive em deslocamento”.
Outro ponto da coletiva foi uma atualização sobre as denúncias recebidas até o momento contra pessoas que participaram da invasão golpista. O Ministério da Justiça abriu um canal para envio dessas notificações por qualquer pessoa, pelo e-mail denuncia@mj.gov.br, na manhã desta segunda-feira e já foram recebidas mais de 13 mil denúncias.
“Uma equipe está fazendo a triagem para que a responsabilidade penal vá além daqueles que estiveram aqui na Esplanada, para chegar aos financiadores e organizadores”, pontuou ainda.
Dino ressaltou que “nosso país caminha para a absoluta normalização institucional com muita tranquilidade” e informou que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com líderes dos três poderes e das forças armadas. “E reina a plena convicção é preciso proteger a Constituição e a democracia”, pontuou.
“Golpistas, terroristas e criminosos em geral não obtiveram êxito na ruptura da lei e da legalidade”, pontuou o ministro, agradecendo ainda a colaboração de “aproximadamente 10 estados” com o envio de militares “para fortalecimento da Força Nacional”. “São cerca de 500 policiais a mais no efetivo”, disse.
Dino falou ainda sobre as perícias feitas pela Polícia Federal nos prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) que “visam a instauração de inquéritos e também para a promoção da responsabilidade civil, ou seja, esses danos serão remetidos à Advocacia Geral da União (AGU) para que se cobre quem destruiu o patrimônio”.
No entanto, o ministro confirmou que algumas obras de arte destruídas “são irreparáveis”.
Entre as obras gravemente danificadas, estão pinturas de artistas históricos brasileiros, como Di Cavalcanti, um relógio raro dado pela Corte Francesa ao rei Dom João VI que estava no país desde 1808 e que não tem cópia no mundo, vasos chineses e dezenas de presentes dados por chefes de Estado ao país nas últimas décadas.