Mais de uma semana depois de bolsonaristas golpistas atentarem contra as sedes dos três Poderes da República em Brasília, a Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet) emitiu uma nota para repudiar veementemente as “tentativas de associar a atividade produtiva no campo e o segmento rural” ao que chamou de “atos de vandalismo, depredação do patrimônio público e de afronta à nossa democracia”. O documento desta segunda-feira, 16, é assinado pelo presidente da entidade, Paulo Carneiro.
LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO E PENSAMENTO, MAS JAMAIS COM A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO
A Faet alega “não se omitir” e reforça que se posicionou no último pleito presidencial em concordância com o setor, colocando-se ao lado de Jair Bolsonaro (PL), mas critica a violência adotada pelos apoiadores do ex-presidente. “Diante da preferência popular, [a federação] defende que a normalidade se restabeleça no País, garantindo a liberdade de manifestação e pensamento, de forma ordeira e respeitosa, e jamais com a destruição do patrimônio do povo brasileiro e afronta aos Três Poderes da República, práticas que sempre condenou”, emenda.
RESPEITO ÀS NORMAS CONSTITUCIONAIS
A Faet conclui a nota com um pedido de paz. “O campo quer segurança jurídica, combate às invasões de propriedades rurais e respeito às normas constitucionais que asseguram a propriedade privada e não apoiará qualquer medida que ameace a ordem nacional. O Brasil e o Tocantins precisam continuar a crescer e só a pacificação da nossa sociedade e o entendimento de que temos opositores e não inimigos é que teremos condições de prosperar”, encerra.
Leia a íntegra da nota:
“A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET), instância máxima de representação do produtor rural tocantinense, acompanha os fatos e desdobramentos que se sucederam no país desde a última eleição presidencial no Brasil.
Sempre atenta às consequências que possam afetar o setor, a FAET vem a público manifestar seu veemente repúdio às tentativas de associar a atividade produtiva no campo e o segmento rural aos atos de vandalismo, depredação do patrimônio público e de afronta à nossa democracia que ocorreram no último dia 8 de janeiro em Brasília.
A Federação não se omite e foi assim quando, em concordância com o sentimento do setor, manifestou sua opinião no último pleito eleitoral. Porém, diante da preferência popular, defende que a normalidade se reestabeleça no país, garantindo a liberdade de manifestação e pensamento, de forma ordeira e respeitosa, e jamais com a destruição do patrimônio do povo brasileiro e afronta aos Três Poderes da República, práticas que sempre condenou.
Motor de nossa economia, o agronegócio busca preservar suas condições de trabalho de modo a continuar fazendo sua parte, que é produzir alimentos, gerar riqueza e divisas para nossa nação e oportunidades de trabalho para seus cidadãos.
O campo quer segurança jurídica, combate às invasões de propriedades rurais e respeito às normas constitucionais que asseguram a propriedade privada e não apoiará qualquer medida que ameace a ordem nacional.
O Brasil e o Tocantins precisam continuar a crescer e só a pacificação da nossa sociedade e o entendimento de que temos opositores e não inimigos é que teremos condições de prosperar.
PAULO CARNEIRO
Presidente“