Três líderes sindicais do Tocantins participaram do encontro de quarta-feira, 18, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Líderes com centrais de trabalhadores de todo o Brasil. Pela Seção Tocantins da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) foi o secretário-geral, Luciano Lucas Silveira; o presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores no Tocantins (NCST –TO), Cleiton Pinheiro também participou, bem como o presidente da Força Sindical-TO e da Federação dos Sindicatos de Servidores Públicos do Tocantins (Fesserto), Carlos Augusto Melo de Oliveira, o Carlão.
UM NOVO MOMENTO
Luciano Lucas Silveira, da CTB, classificou a reunião de “um novo momento” e que percebe que “as entidades sindicais e os movimentos sindicais como um todo” vão se reorganizar a partir dessa abertura feita pelo presidente Lula. Para o secretário-geral da CBT, “é inegável que as entidades sindicais são um fator primordial da nossa democracia”. “E nos últimos anos, em razão dos vários ataques antissindicais e antidemocráticos, as entidades acabaram perdendo seu protagonismo e a sua força”, lamentou.
REESTRUTURAÇÃO DO SINDICALISMO
Segundo ele, Lula quer abrir “essa frente de debate” para reestruturação das entidades sindicais, visando todos os pilares do movimento, como a valorização do trabalho, do salário e de combate às práticas antissindicais. “O presidente frisou muito na questão da nossa democracia, tão atacada, e as entidades sindicais têm esse papel também de fazer essa defesa. Foi um momento marcante com o Palácio do Planalto aberto aos trabalhadores”, avaliou.
AÇÕES CONCRETAS
Silveira contou que os sindicalistas saíram da reunião com o presidente com ações concretas. Foram formados três grupos de trabalho: um para discutir o salário mínimo, e deve apresentar nova proposta em 30 ou 40 dias, para ser implementada já em maio; outro vai tratar da reestruturação e da reorganização do movimento sindical; e o terceiro sobre a regulamentação dos trabalhadores de aplicativo. “Então, a reunião foi muito boa e realmente confio que o presidente Lula vem para dar esse novo momento que a gente precisa na relação capital-trabalho”, disse.
MARCA NOVA RELAÇÃO
Carlão, pela Força Sindical-TO e Fesserto, avaliou que o encontro “foi importantíssimo” e “marca uma nova relação do sindicalismo com o governo federal”. “Sem entrar em questões políticas, mas é necessário dizer que a última gestão federal tinha pouquíssimo ou nenhum diálogo com os sindicatos, que sempre foram parte importante da sociedade. Muitas vezes, o governo chegou a ser refratário ao sindicalismo, alijado de qualquer decisão. O sindicalismo forte sempre foi fundamental para o crescimento do trabalhador em qualquer lugar do mundo e, por isso, precisa ter suas opiniões consideradas”, defendeu.
MÍNIMO ACIMA DA INFLAÇÃO
Para ele, já está provado que é possível aumentar o salário mínimo acima da inflação. “E o mínimo é a melhor forma de fazermos distribuição de renda nesse país. Não adianta o PIB crescer, se ele não for distribuído. O PIB já cresceu 14% ao ano neste país e o trabalhador ficou mais pobre. Porque se o PIB cresce e fica só com o dono da empresa, quem fez o PIB crescer não ganha nada, que é o trabalhador brasileiro”, defendeu Carlão.
SALÁRIO DEFASADO
Para ele, “agora é hora de o governo federal realmente implementar o que foi prometido na campanha”. “O salário mínimo está defasado. Estamos há meia década sem aumento e o trabalhador vem perdendo. O Brasil precisa olhar para a parte mais pobre da população”, destacou o sindicalista.
IMPORTANTE PARA A CLASSE TRABALHADORA
Cleiton Pinheiro, pela NCST-TO, disse que reuniões como a convocada por Lula são importantes para a classe trabalhadora e para todos os servidores públicos, por se tratar de uma oportunidade de debater e apresentar as demandas da categoria com o chefe do Executivo nacional. “Tratamos da valorização do salário mínimo para todos os trabalhadores, da reforma administrativa e da valorização do salário dos servidores públicos de todas as esferas para que nós possamos ter nossas correções anuais e nossas revisões já garantidas na Constituição’, pontuou Pinheiro em vídeo enviado ao site CP Notícias.