O ex-senador Eduardo Siqueira Campos (UB) é o convidado do CT Entrevista deste domingo, 16. Na conversa, ele falou sobre sua pré-candidatura a prefeito de Palmas, cidade que já governou entre 1993 e 1996; sobre seus projetos, sua saúde, sua decisão por retomar a vida pública, sobre a crise interna de seu partido e avisou: “Há quem diga que eu fui o melhor prefeito de Palmas, pois vou tomar esse lugar de mim. Eu quero tomar esse lugar, quero ser melhor do que aquele Eduardo do passado”.
QUALIFICAR O DEBATE
Eduardo contou que se decidiu pela pré-candidatura ao avaliar os nomes colocados no cenário. Inclusive, revelou ter dito à também ex-prefeita de Palmas Nilmar Ruiz (PL) que, no quadro colocado na corrida sucessória, se vê obrigado a colocar seu nome “por tudo aquilo que nós edificamos, por tudo aquilo que nós lutamos”. “No mínimo para qualificar esse debate. Eu quero ouvir dessas pessoas, o que é que as leva a ser candidato a prefeito de Palmas. Será Palmas um trampolim? Será Palmas uma grande oportunidade para a pessoa fazer dela um laboratório?”, questionou.
AMASTHA, O MAIS VELHO POLÍTICO
Sobre um de seus principais adversários, o também ex-prefeito Carlos Amastha (PSB), Eduardo avaliou que ele resgatou a autoestima do palmense, que “é um bom vendedor de si mesmo”, “fala com propriedade”, “encantou e iluminou a cidade”, mas que “primeiro bateu na velha política para ser novo e depois se tornou o mais velho político deste estado”. “Eu diria que, me perdoe Carlos Franco Amastha, mas ele se tornou refém e talvez seja hoje aquele que é apontado como o da mais velha política. Não vamos longe: pergunte ao professor Vanderlei Luxemburgo, pergunte a [Osires] Damaso”, cutucou, sobre a acusação de que o ex-prefeito “puxou o tapete” de Luxemburgo e Damaso para ser candidato a senador.
UB PRECISA TER CANDIDATO
Eduardo defendeu que o União Brasil, com os quadros que têm, o fato de contar com uma senadora [a presidente regional, Dorinha Seabra Rezende], deputados estaduais e vereadores, precisa ter candidato a prefeito da Capital. “Não é possível que um partido de democracia moderna, como é união Brasil, não vá ter um candidato no primeiro turno. Agora, no segundo turno, eu assino em branco para direção partidária decidir”, ressaltou.
PARTIDO NÃO PODE SER NEGOCIADO
O ex-senador alfinetou – inicialmente sem citar o nome – o deputado federal Carlos Gaguim, cujo comando sobre a comissão metropolitana vem sendo questionado por ele e pela deputada estadual Vanda Monteiro, também pré-candidata a prefeita. “Já tem membros falando em apoiar nome de outro partido, que nem escolhido foi”, afirmou em relação à defesa que Gaguim faz da pré-candidatura da deputada estadual Janad Valcari (PL). “Como é que dá para entender? É melhor o senhor [Gaguim] deixar o partido, ou então pedir que a gente saia”. E arrematou: “Partido não pode ter sido objeto de uma negociação.”
OLHO NOS OLHOS
Eduardo contou ter conversado sobre sua pré-candidatura com a presidente regional da legenda: “Eu me encontrei com a senadora Dorinha, olhei nos olhos dela e perguntei se preciso deixar o partido, caso já exista algo definido. Ela me disse: ‘Há algo a ser construído’. Foi o que eu ouvi”, relatou. O ex-senador disse que confia na coerência partidária de Dorinha, lembrando que ela só teve um partido em toda a sua vida pública. Começou ainda no PFL, que depois se tornou Democratas e agora se fundiu com o PSL para formar o União Brasil. “Dorinha sabe com quem está lidando. Já a outra pessoa [alfinetada em Gaguim] passou por mais de 20 partidos. Então, eu vou apostar na coerência partidária. Eu não tenho razões para fazer diferente”, disse.
JOGOU FORA VAIDADE E EGO
Sobre a suposta resistência de líderes em relação a seu nome, pelas turbulências do passado, Eduardo disse que ele e o pai, o ex-governador Siqueira Campos, provocaram muitas derrotas de adversários. “Quero dizer que, se em algum momento alguém teve alguma diferença com aquele Eduardo, graças a Deus o meu ego, a minha vaidade, joguei fora. O mal da pouca idade, o tempo cura. E o tempo passou, estou com 64 anos, caminhando para 65”, afirmou. “Para aqueles que eu magoei, peço perdão.”
A POUCA GENTE INTERESSA
Contudo, ele disse que “para pouca gente da classe política interessa a pré-candidatura de Eduardo Siqueira Campos”. “Porque a minha ligação é direta com o povo, e eu não vi eleitor revoltado com a minha presença no quadro. Agora, para a classe política, é uma surpresa: ‘Opa! Espera aí! Esse cara de novo? Ele voltou?’ Aí eu diria: sim, amigos, eu voltei com o melhor das minhas ideias, com o melhor do meu humor, com muita da minha poesia, mais jovem do ponto de vista daquelas vaidades, daqueles erros que a gente comete pela pouca idade”, ponderou.
Assista a íntegra da entrevista: