A Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Araguaia lança nesta sexta-feira, 5, às 19 horas, no campus de Araguaína da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT), o relatório de “Conflitos no Campo Brasil” de 2022. Com base nas ocorrências do último ano, o texto revela dados sobre a violência na zona rural, especialmente no Estado. Em 2022 foram registrados 66 casos de conflitos no campo tocantinense, vitimando diretamente 3.810 famílias, perfazendo um aumento de 25% em relação a 2021.
MAIS DE 500 OCORRÊNCIAS DE PISTOLAGEM
A 37ª edição do relatório Conflitos no Campo coloca em destaque as violências praticadas na Amazônia Legal e no Matopiba, dos quais o Tocantins é parte e que representam mais da metade de todos os conflitos ocorridos no Brasil. O documento também apresenta os números de resgates de trabalhadores encontrados em condição análoga à de escravo. No conjunto, os dados apontam para um acirramento das violências contra a ocupação e a posse, bem como contra as pessoas, protagonizadas principalmente pelo Estado, pelos grileiros e seus serviços de pistolagem. Só em 2022, foram contabilizadas cerca de 504 ocorrências de pistolagem no estado.
SEMINÁRIO DO GRUPO DE ESTUDOS AGRÁRIOS
O lançamento acontecerá no auditório do Bloco G no Centro de Ciências integradas da UFNT, campus Cimba, durante o 6º Seminário Integrado do Grupo de Estudos Agrários e Direitos Humanos organizado conjuntamente com a CPT, sobre o tema “A geografia dos movimentos sociais no campo do Tocantins: terra e resistência – O pão nosso de cada dia”. O objetivo é fortalecer o conhecimento e acolher na universidade a pluralidade, ouvindo os vulneráveis que clamam por justiça no nosso campo e que, junto com as pastorais e os movimentos sociais, lutam pela reforma agrária, resistindo à grilagem e denunciando a impunidade dos que violentam os povos da terra.