“No trânsito, escolha a vida”. O apelo simples e direto para que os condutores de veículos dirijam com mais segurança é o tema do movimento nacional Maio Amarelo de 2023. A campanha foi oficialmente lançada pela Prefeitura de Araguaína e parceiros na última sexta-feira, 5, no monumento do Cristo Redentor, que recebe durante todo o mês uma iluminação especial amarela em alusão ao movimento. Durante o evento, alunos da Escola Municipal William Castelo Branco fizeram apresentações de coral, balé e artes marciais.
A programação de atividades segue até o dia 31 com apresentações teatrais em escolas municipais e estaduais, palestras em empresas, blitzen educativas, a Caminhada pela Paz no Trânsito, no dia 13; a sétima edição do Pedal Amarelo, no dia 20; e um feirão de serviços relacionados ao trânsito com os órgãos públicos responsáveis, no dia 27.
O Maio Amarelo em Araguaína conta com a parceria da ASTT, (Agência de Segurança, Transporte e Trânsito), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), GMA (Guarda Municipal de Araguaína), Detran/Ciretran, BPMRED (Batalhão da Polícia Militar Rodoviária e Divisas), PRF (Polícia Rodoviária Federal), Polícia Civil, Polícia Militar, Hemocentro do Tocantins, CEJUSC (Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Araguaína), UMA (Universidade da Maturidade), UFT (Universidade Federal do Tocantins), Corpo de Bombeiros e Vigilância Epidemiológica.
Cada um precisa fazer a sua parte
Durante a abertura do Maio Amarelo, o prefeito Wagner Rodrigues reforçou que o Poder Público vai continuar atuando para garantir um trânsito mais seguro para todos. O investimento em pavimentação de qualidade nas ruas, criando condições seguras de tráfego, novas sinalizações, semáforos e agentes de trânsito nas ruas para garantir o cumprimento das leis fazem parte das ações da Prefeitura.
“Essa campanha tem força e vai adiante porque tem a participação de todas as forças de segurança e saúde que atuam em Araguaína. Mas cada um tem que fazer a sua parte, cada motorista precisa ter mais cuidado com sua própria vida e com a do próximo. Nossos agentes de trânsito estão cumprindo o papel deles e é fundamental que todo cidadão saiba cumprir o seu papel; a lei é para ser cumprida. Quem vive em sociedade, é preciso respeitar as regras. Já passou da hora de entendermos a importância da vida no trânsito”, afirmou Wagner.
Investindo nas futuras gerações
O presidente da ASTT, Israel Vasconcelos, ressaltou que o Maio Amarelo tem como missão educar e conscientizar os motoristas da necessidade de seguir a legislação de trânsito, os que já estão nas ruas e os que vão começar a dirigir daqui a alguns anos. “Vamos focar boa parte do nosso trabalho nas escolas, chegando até nossas crianças e nossos jovens para criar uma futura geração que preze mais pela preservação da vida, porque infelizmente o que observamos hoje é muita imprudência no trânsito. Isso gera perdas, tragédias nas vidas de muitas famílias e também um grande prejuízo para a sociedade”.
Amor pelo pedal, mas medo da cidade
Há seis anos, a contadora Maria Irani, de 53 anos, aderiu ao ciclismo de lazer para cuidar mais da saúde. E como a segurança durante os passeios faz parte deste cuidado, ela confessa que se sente mais segura andando nas rodovias e na zona rural do que dentro da cidade.
“A falta de respeito dos motoristas é maior nas ruas, eles não dão a distância de segurança dos ciclistas, muitos passam inclusive xingando. Teve um colega nosso que estava andando de bicicleta pela manhã e um motorista bêbado colidiu nele”, contou Maria Irani.
Imprudências mais comuns
Na BR-153, principalmente no perímetro urbano de Araguaína, a responsabilidade em diminuir o número de acidentes de trânsito é da PRF. O policial Douglas Machado Macedo conta que, no trecho urbano, há diversos fluxos de veículos, desde os moradores que usam a rodovia para cruzar a cidade, até os veículos que estão em viagem pela BR-153 e passam pelo perímetro da cidade.
“Atuamos no sentido de fiscalizar todos esses veículos por meio dos testes de embriaguez, radar de velocidade e outros trabalhos ostensivos. Hoje, a principal imprudência que vemos no trânsito da rodovia é a manobra de ultrapassagem em local proibido. O motorista calcula errado, não respeita a faixa contínua e por conta disso acontecem as colisões frontais, que em grande parte dos casos leva a óbito os condutores e ocupantes”, informou o policial.
O cenário não é muito diferente nas rodovias estaduais, em especial na TO-222, que recebe o nome de Avenida Filadélfia no trecho urbano que corta Araguaína de leste a oeste. O subcomandante do BPMRED, tenente Diogo Alves Miranda, que cuida da segurança na rodovia, reforça que a cidade vivencia todos os dias uma reunião de motoristas de diversas origens e hábitos de condução.
“Tem aqueles que vêm de cidades grandes, com costumes do trânsito de lá, e temos o condutor de cidades menores, com outros hábitos de direção e cada um tem um ritmo de condução. E nessa dinâmica, muitas vezes o acidente acontece pela falta de consciência do motorista, que não percebe e entende a forma de direção do outro veículo”, disse o tenente.
Trânsito em Araguaína
O Comitê Intersetorial de Gestão de Dados do Programa Vida no Trânsito de Araguaína registrou 51 mortes nas vias urbanas, rurais e rodovias estaduais e federais dentro de um raio de 12 quilômetros, em 2022. Os dados mostram que 67% das vítimas são do sexo masculino e 70% foram motociclistas. A faixa etária dos 18 aos 25 anos é a mais fatal, com 15 mortes, seguida da faixa dos 26 aos 30 anos, com 13 óbitos.
Os meses com maior quantidade de vítimas foram março, outubro e setembro com, respectivamente, oito, sete e seis óbitos. Domingo, sábado e sexta-feira são os dias com mais acidentes fatais.
O comitê de Araguaína é formado pela ASTT (Agência de Segurança, Transporte e Trânsito), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Secretaria Municipal da Saúde de Araguaína, Secretaria de Saúde do Tocantins, UPA (Unidade de Pronto Atendimento), PAI (Pronto Atendimento Infantil), Hospital Municipal de Araguaína (HMA), Hemocentro, CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), SVO (Serviço de Verificação de Óbito), IML (Instituto Médico Legal), HEMOTO (Hemocentro de Araguaína), Hospital Regional de Araguaína (HRA), Hospital Dom Orione (HDO), Ciretran de Araguaína, Corpo de Bombeiros, PRF (Polícia Rodoviária Federal), PM (Polícia Militar), BPMRED (Batalhão da Polícia Militar Rodoviária), Polícia Civil, Justiça Móvel e Núcleo Regional de Perícia Criminal.
Números do trânsito brasileiro
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2021, o País registrou 31.468 mortes no trânsito e os motociclistas foram as maiores vítimas com 12.011 óbitos. E um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostrou que o Brasil é o terceiro país no mundo com mais vítimas fatais no trânsito. Os acidentes fatais nas ruas e estradas são, hoje, a oitava maior causa de mortes no país.
O perigo da imprudência
Um estudo feito pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, em 2020, apontou que a principal causa de acidentes de trânsito no Brasil é a imprudência dos motoristas. E segundo a Confederação Nacional do Transporte, os cinco maiores comportamentos que provocam esses acidentes são a falta de atenção, muitas vezes provocada pelo uso do celular ao volante, não obedecer às sinalizações, excesso de velocidade, ingestão de álcool e dormir na direção.
Movimento mundial
No dia 11 de maio de 2011, a ONU (Organização das Nações Unidas) criou a Década de Ação para Segurança no Trânsito (2011-2020), fazendo com o que o mês se tornasse referência mundial para o balanço das ações realizadas em todo o planeta. Em 2014, nasceu o Movimento do Maio Amarelo no Brasil, que propõe uma ação conjunta entre poder público e sociedade civil para chamar atenção e criar ações para reduzir os altos índices de mortes no trânsito.
Segundo dados da ONU, três mil vidas são perdidas todos os dias nas ruas e estradas e é a nona maior causa de mortes em todo mundo. Na faixa dos 15 a 29 anos, o trânsito é a principal causa de mortes; a segunda entre jovens de cinco a 14 anos; e a terceira entre pessoas de 30 a 44 anos.
Ainda de acordo com a ONU, os acidentes representam um custo de 518 bilhões de dólares por ano, uma média de 1% a 3% do PIB de cada país. Se nenhuma ação foi feita para frear a violência no trânsito, a previsão é que 2,4 milhões de pessoas podem morrer vítimas do trânsito em 2030 e entre 20 milhões e 50 milhões vão sobreviver com alguma sequela. (Da assessoria de imprensa)