IGNORADOS
Os dois deputados tucanos — Eduardo Mantoan e Júnior Geo — se ausentaram da sessão extraordinária para eleger a nova mesa diretora da Assembleia porque se consideraram ignorados no processo de definição. Eles participaram do almoço com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) no Palácio, mas não pisaram em plenário no final do dia, quando a Casa fez sua eleição. Mantoan, inclusive, foi eleito em fevereiro do ano passado segundo secretário para o biênio 2025/2026. Contudo, agora se viu substituído por Moisemar Marinho (PSB) sem qualquer conversa. E, claro, não gostou.
SOUBERAM PELO CT
Vários deputados, além desses dois, contaram que souberam da chapa para a mesa pela Coluna do CT, que antecipou a informação na tarde dessa terça-feira, 4. “Foi a primeira eleição da mesa de que participei em que ninguém veio me pedir voto”, contou, com certa perplexidade, um experiente parlamentar. Claro, apesar dos descontentamentos, todos votaram conforme o exigido, ainda que alguns ficassem praguejando pelos cantos, onde quem deveria não escutava.
MUITOS ANOS SEM BATE-CHAPA
Na verdade, faz muitos anos que a mesa da Assembleia é eleita sem disputa. O último bate-chapa de verdade, aquecido, foi entre os então deputados estaduais Mauro Carlesse e Osires Damaso, que tentava a reeleição, mas perdeu para o primeiro em 8 de agosto de 2016, ou seja, há quase oito anos. Depois houve uma eleição fraquíssima em 2019, quando Luana Ribeiro perdeu a reeleição para Antônio Andrade. Ela teve apenas o próprio voto e Júnior Geo, estreante na Casa, o dele apenas. Todas as demais eleições da mesa ocorreram sem disputa, com chapa única: Andrade foi reeleito em 29 de julho de 2020, Amélio em 1º de fevereiro do ano passado e a reeleição do atual presidente nessa terça.
SEM OPOSIÇÃO
Reflete o próprio cenário político externo à Assembleia. O Estado nunca passou um período uma oposição tão insignificantes, incapaz de influenciar o debate público — mesmo quando Siqueira Campos imperava, seus adversários eram mais organizados e barulhentos. Os opositores atuais não têm qualquer expressão para incomodar o Palácio. O que é ruim para a democracia e para o próprio governo, diga-se.
PSB CONFIRMA QUE VAI À JUSTIÇA
O jurista Márlon Reis já avisou ter sido incumbido pela direção do PSB de questionar no STF a antecipação da eleição da mesa da Aleto. Segundo ele já havia dito à coluna, o entendimento é de que, na ação contra a dupla eleição, os ministros da Corte haviam deixado claro que essa nova escolha só poderia ocorrer a partir de outubro. “Primeiro vamos aguardar a conclusão do julgamento da ADPF 1089, que será retomado hoje [quarta-feira, 5]. Só depois definiremos a estratégia”, afirmou Márlon à coluna, em relação à outra ação, que questiona a presidência da Aleto para parentes de governador.
DEBATE EM COLINAS NÃO TERMINOU
A fala do governador Wanderlei à coluna sobre a eleição de Colinas não põe fim ao debate sobre o vice do prefeito Josemar Kasarin (UB). No grupo de Kasarin, a resistência ao vereador Washington Aires (Republicanos) é grande. De toda forma, o prefeito insiste que a vaga fique com o partido de Wanderlei, mas que o indicado seja um nome que agrade o grupo e esteja afinado com o cabeça de chapa. Relembrando que Kasarin já teve problema com seu atual vice, Francisco do Cacau.
ATÉ 5 VEREADORES
Aliados do prefeito dizem que, no grupo, o Republicanos tem todas as condições de eleger o vice e até cinco vereadores. Wanderlei disse, contudo, que, se Kasarin quiser mesmo o partido na majoritária, é a própria sigla que tem que indicar o nome. E são dois citados pelo governador, os vereadores Washington Aires e Ricardo Parente. Nenhum do agrado do prefeito.
SÓ PT EM ARAGUAÍNA
Num trecho de sua entrevista à Coluna do CT nesta semana, o pré-candidato a prefeito de Araguaína Célio Moura (PT) disse que, da federação de PT, PCdoB e PV, a cidade conta apenas com seu partido, já que as outras duas legendas não existem mais por lá. Com o PT, outra federação se juntou para estas eleições, a composta por Psol e Rede Sustentabilidade, esta última da pré-candidata a vice, a jornalista e empresária de comunicação Silene Borges.
BOICOTES DENTRO DO PARTIDO
Célio ainda observou que sua pré-candidatura será a única do PT nas 12 maiores cidades do Estado. Ele disse também que, na federação PT/PCdoB/PV, a maioria está alinhada ao governo do Tocantins. “Porque faltou à direção do partido mais luta, mais trabalho para fortalecer o partido nas eleições de 2024. Como vai ficar o partido em 2026?”, questionou. “Não está fácil manter esta candidatura pelas dificuldades e boicotes dentro do partido contra as candidaturas que se colocam aqui no Estado”, desabafou. Assista a íntegra da entrevista de Célio à Coluna do CT:
COM FUNDO PARTIDÁRIO
Na campanha da pré-candidata a prefeita de Palmas, Janad Valcari (PL), a explicação para o fato de a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não tê-la citado no vídeo para convidar as tocantinenses para o evento de sábado, 8, é que o Encontro de Mulheres é custeado com recursos do Fundo Partidário. Por isso, afirmam, não pode haver conotação eleitoral no evento, cujo objetivo é a mobilização para incentivar a participação feminina na política.
COORDENAÇÕES DA VISITA DOS BOLSONARO
Sobre a vinda do casal Bolsonaro a Palmas, está dividida da seguinte forma: o organizador da visita do ex-presidente Jair Bolsonaro é o senador Eduardo Gomes, presidente regional do PL. Já a visita da ex-primeira-dama Michelle tem no comando a ex-prefeita da Capital Nilmar Ruiz, presidente estadual do PL Mulher.
FABION VAI ANUNCIAR PRÉ-CANDIDATURA
Expectativa geral em Tocantinópolis para o anúncio da pré-candidatura a prefeito do deputado estadual Fabion Gomes (PL). Inclusive, colegas dele de Assembleia não têm dúvida de que Fabion vai disputar novamente a prefeitura da cidade, que ele já governou.
“DEPUTADO FANFARRÃO”
Do outro lado, liderando a oposição em Tocantinópolis, o vereador Roberlan Cokim (PSB), pré-candidato a prefeito, provocou Fabion num vídeo que divulgou nas redes sociais. “Pessoal está só me mandando mensagem aqui sobre a movimentação do lançamento da pré-candidatura do deputado fanfarrão… Só quero dizer para vocês que estou muito de consciência tranquila. É zero novidade para nós”, afirmou.
ELES NÃO TÊM VOTO
Cokim disse que está se sentindo “lisongeado” por fazer “um deputado de sete mandatos retroagir pra poder enfrentar o ‘vereadorzinho'”. E voltou a disparar o que já havia dito em sua entrevista à Coluna do CT: “Eles [os Gomes] só fazem política com contrato. Eles não têm voto, ninguém vota neles só por gostar deles, não. Sempre em troca de alguma coisa. […] Isso não mete medo em nós, não. A quantidade de desempregados é maior do que a quantidade de contratos”.
Assista: