População de várias cidades do Tocantins saíram às ruas na segunda-feira, 29, manifestando apoio aos caminhoneiros que estão paralisados há nove dias em 13 trechos de rodovias do Estado. Foram registradas manifestações em Gurupi, Monte do Carmo, Natividade, Arraias, Dianópolis, Porto Nacional (Luzimangues), Colinas e Araguaína, além de Palmas.
Conforme apurou o CT, em meio às manifestações havia bandeiras do Brasil, faixas e cartazes de apoio aos caminhoneiros, pedidos de intervenção militar e gritos de “Fora Temer” e “Vem pra rua”. Os participantes cantaram o Hino Nacional e também pediram a manutenção da paralisação até a queda do preço da gasolina, álcool e também o gás de cozinha. A Polícia Militar fez a segurança.
Capital
Na Capital, a concentração de manifestantes foi na Praça dos Girassóis às 17 horas. Eles saíram em direção a Avenida Teotônio Segurado em passeata até o Espaço Cultural. Motoqueiros e algumas pessoas de carro também manifestaram seu apoio aos caminhoneiros.
Um trio elétrico deu ritmo do protesto, mas, segundo algumas pessoas que participavam, não foi possível identificar quais entidades estavam dando esse suporte.
Araguaína
Em Araguaína, o movimento contou com o apoio do Sindicato Rural e da Associação Comercial e Industrial do município (Aciara). O presidente do sindicato, Roberto Paulino, inclusive esteve no caminhão de som no pelotão de frente do início ao fim. Empresários de Araguaína dispensou os funcionários a partir das 15 horas para participarem da manifestação.
A concentração de saída foi na região conhecida como entroncamento, às 16 horas. O manifesto cortou a principal rua da cidade, a Avenida Cônego João Lima, indo até a Praça das Bandeiras, se encerrando por volta das 19 horas.
Participaram empresários, produtores, sindicalistas, grupos religiosos, estudantes, população em geral. Ainda não há dados oficiais da PM, mas quem participou estima que foi a maior manifestação popular de todos os tempos de Araguaína.
Os caminhoneiros estão concentrados em tendas às margens da BR-153, em frente ao Distrito Agroindustrial de Araguaína (Daiara). Não há bloqueio da pista no local.
Nove dias de protesto
Há nove dias caminhoneiros de todo país iniciaram o protesto contra a alta do óleo diesel e dos impostos que incidem sobre o combustível. Após três dias de movimento, a sociedade já começou a sentir os reflexos, como falta de alimentos e combustíveis.
Na primeira rodada de negociações com sindicatos dos caminhoneiros, se acordou que a Petrobras baixaria em 10% o preço do diesel nas refinarias durante 30 dias, e os caminhoneiros fariam uma trégua de 15 dias na paralisação. Os manifestantes recusaram a proposta afirmando que o acordo foi assinado por entidades que não representam a categoria.
O governo federal cedeu e decidiu congelar por 60 dias a redução do preço do diesel na bomba em R$ 0,46 por litro. A proposta foi anunciada na noite deste domingo pelo presidente Michel Temer, que fez um pronunciamento depois de um dia inteiro de negociações no Palácio do Planalto. A União concordou ainda em eliminar a cobrança do pedágio dos eixos suspensos dos caminhões em todo o país, além de estabelecer um valor mínimo para o frete rodoviário.
No Estado, a categoria ainda não acatou o acordo. Eles questionam o fato da redução ter prazo de apenas 60 dias e temem que pontos da proposta não sejam cumpridos. Pelo país também não há informação de que os caminhoneiros vão deixar as rodovias.
– Confira o vídeo da manifestação em Palmas