O Partido dos Trabalhadores (PT) promove em 6 de julho mais um Processo de Eleição Direta (PED). Oposição à atual direção partidária no Tocantins, a cargo de José Roberto, a corrente Construindo um Novo Brasil (CNB) já prepara uma agenda para definir o futuro candidato do grupo.
PROGRAMA ANTES DE NOMES
Membro do CNB, o ex-senador Donizeti Nogueira afirmou à coluna que o grupo emitiu resolução ainda em novembro que estabeleceu a definição do programa como prioridade, antes do debate sobre quem será o candidato. A tendência planeja ações pelos municípios tocantinenses até o fim de fevereiro. As agendas também terão como objetivo reanimar a base, ir atrás dos que saíram da sigla e em busca de filiar novas pessoas.
NOMES JÁ SÃO VENTILADOS
Neste processo de debate, Donizeti Nogueira pontua que a corrente irá levantar as indicações para a candidatura à presidência da sigla, mas a definição virá apenas em março em um encontro estadual de membros do CNB. Apesar do foco propositivo, alguns nomes já manifestaram interesse ou são ventilados por aliados, como o superintendente do Patrimônio da União do Tocantins, Edy César; o médico Luís Antônio, de Paraíso do Tocantins; o advogado e professor do Instituto Federal, Nile Fernandes, e o histórico Milne Freitas. O grupo também projeta alianças com tendências lideradas pelo ex-deputado Célio Moura, a Articulação de Esquerda, e João Helder Vilela.
CANDIDATO DE SITUAÇÃO
O indicado pelo presidente José Roberto para a disputa será Diego Montelo, atual superintendente do Tocantins do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
JOSÉ ROBERTO É PIVÔ DA ANIQUILAÇÃO DO PT NO TOCANTINS
Ainda em conversa com a coluna, Donizeti Nogueira lamentou a “perda do protagonismo” do Partido dos Trabalhadores no Tocantins após 2014. O petista chega a responsabilizar diretamente a gestão de José Roberto. “É o pivô da aniquilação do PT. Virou presidente e se dispôs a destruir as tendências”, pontuou o ex-senador, com críticas também a um desentendimento entre o presidente e Célio Moura.
AUTOCRÍTICA
Donizeti Nogueira ainda fez uma autocrítica e rebate discursos que responsabilizam a federação com PV e PCdoB e até a candidatura de Paulo Mourão ao governo em 2022 como fatores que impactaram o desempenho da sigla. “O problema foi nós mesmos. Não montamos uma estratégia para eleger deputados. Amália [Santana] perdeu a eleição por causa da federação? Não! Mas por causa dos erros na condução do mandato. Não dá para fazer uma avaliação fugindo da realidade. Os erros do próprio PT que o levou a esta situação no Estado”, argumenta.
RECUPERAÇÃO DO PT
O ex-senador coloca entre os objetivos do grupo a eleição de, pelo menos, dois deputados federais e dois estaduais em 2026. “Isso não é impossível, é só fazer o trabalho correto”, defende. Por fim, Donizeti Nogueira afirma que o CNB busca que o partido retome o perfil de debatedor, de constante mobilização das bases. “Nós queremos reconstruir o PT no Estado no formato que conduzimos anteriormente, com o Estado dividido por região, quando fazíamos encontros macro-regionais, dialogava, preparava uma agenda, dava tarefas. Isto acabou. O debate acabou nos últimos seis anos”, encerrou.
(Com Luís Gomes, da Coluna do CT)