A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos (EUA) reforça a rivalidade do país com a China, seja em relação à economia ou ideologicamente. O Brasil pode vir a sofrer investidas devido a ativa atuação e participação no Brics, que forma com os chineses e outras nações como a Rússia. O primeiro sinal disso pode ser visto em uma das primeiras declarações do líder norte-americano, que disse “não precisar” do Brasil e da América Latina. Em meio a esta manifestação, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) fez questão de desejar sorte ao novo mandatário, exaltando ainda os EUA como potência.
CHINA É O PRINCIPAL DESTINO DAS EXPORTAÇÕES TOCANTINENSES
O curioso deste contexto é justamente os chineses que são o maior parceiro comercial do Tocantins, conforme mostra o estudo mais recente de balança comercial feito pela Federação das Indústrias (Fieto), que abrange o período de janeiro a setembro de 2024. O Estado tem o país asiático como principal destino das exportações, enquanto os Estados Unidos sequer aparece entre os cinco primeiros. É da China também que vem o maior volume da importação tocantinenses.
METADE DO QUE É EXPORTADO VAI À CHINA
Os principais produtos de exportação do Tocantins são soja, carne bovina, resíduos da extração do óleo de soja e ouro. De janeiro a setembro de 2024, o Estado exportou US$ 1,99 bilhão, sendo que 54% disso foi comercializado com a China, cerca de US$ 1.074.600.000 (84% soja e 15% carne). O país é seguido por Espanha (7%), Suíça (4%), Turquia (4%) e Egito (3%), que completam os cinco primeiros. Ou seja, os Estados Unidos não chegam a representar 3% das exportações tocantinenses.
MAIS DE 35% DO QUE É IMPORTADO PELO TOCANTINS VEM DA CHINA
A China também lidera o quadro de importação do Tocantins, sendo a origem de 37% dos US$ 101,3 milhões gastos entre janeiro e setembro de 2024, ou seja, cerca de US$ 37.481.000. Armações para óculos e artigos semelhantes (25%), partes de aparelhos telefônicos (7%) e cabos de fibras ópticas (5%) são os principais produtos. Nesta tabela os Estados Unidos aparecem como terceiro maior vendedor para o mercado tocantinense, mas ainda atrás da Rússia, que também compõe o Brics. Os dois estão na faixa de 13%, cerca de US$ 13.169.000.
Veja os gráficos de importação e exportação do estudo: