Quem acompanha um pouco tem observado que os noticiários têm mencionado nos últimos tempos que o dólar está em elevação.
Temos vários motivos que provocam o aumento da moeda americana no Brasil. Podemos citar dentre os principais a elevação da taxa de juros do tesouro dos EUA, redução dos investimentos especulativos no Brasil, instabilidade política e econômica no Brasil e imprevisibilidade do próximo presidente.
[bs-quote quote=”A alta do dólar não é uma particularidade nossa. No mundo inteiro o dólar tem subido, então, é um movimento global, mas aqui há outros fatores que acentuam o problema” style=”default” align=”right” author_name=”MARCELLO LEONARDI BEZERRA” author_job=”É professor e economista” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/MarcelloLeonardiBezerra60.jpg”][/bs-quote]
O Brasil deixou de ter a principal a taxa de juros no mundo, então, há uma redistribuição de capital especulativo no globo, em especial para os Estados Unidos, onde a segurança é muito superior.
A instabilidade política do governo federal tem impedido as reformas e os avanços econômicos.
Temos outro fator fundamental, o quadro atual não sinaliza de forma alguma qual serão os candidatos com potencial para ganhar a eleição, nem suas diretrizes econômicas.
Não podemos aqui deixar de mencionar que alta do dólar não é uma particularidade nossa. No mundo inteiro o dólar tem subido, então, é um movimento global, mas aqui há outros fatores que acentuam o problema, conforme já citado.
Para os exportadores, é o melhor dos mundos, pois aumentam suas receitas e ficam mais competitivos. Mas, para os importadores, é péssimo, até porque têm que elevar os preços dos seus produtos internamente para repassar os custos. Para os turistas que vão para exterior, é um momento de revisão de orçamento. Tudo isto gera inflação e acentua o problema do aumento dos combustíveis.
Mas a maior prejudicada é a economia brasileira, que acentua os problemas já muito agudos, causando mais imprevisibilidade de novos investimentos produtivos na indústria ou no comércio, motivados por essas instabilidades.
O Banco Central tem um arsenal e tenta minimizar estas instabilidades, até porque conta com uma reserva de quase US$ 400 bilhões, mas não se pode queimar tudo. Somente para controlar a moeda, considerando que temos um cambio flutuante e vivemos em uma economia de mercado.
MARCELLO LEONARDI BEZERRA
É professor e economista
E-mail marcellolb@terra.com.br