Lideranças políticas tocantinenses reagiram ao tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump. A partir de agora, todas as exportações brasileiras ao país serão taxadas em 50%. O governo federal já avisou que responderá com a Lei de Reciprocidade Econômica, que estabelece critérios para a adoção de contramedidas em caso de decisões unilaterais adotadas por país ou bloco econômico que impactem negativamente a competitividade internacional brasileira.
BRICS ASSUSTA QUALQUER CRISTÃO
A ex-presidente da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) e ministra da área no governo de Dilma Rousseff (PT), Kátia Abreu avaliou que a medida mostra um temor de Trump ao Brics, articulação político-diplomática de países do Sul Global do qual o Brasil é um dos membros fundadores. “Tudo isso é pano de fundo. O motivo da braveza toda são os BRICS: 50% da população global e 40% do PIB aproximadamente. É pra assustar qualquer cristão. E quando for criado o SWIFT dos BRICS como está previsto?”, questionou a tocantinense, em referência a uma iniciativa do grupo de buscar um sistema alternativo para transações comerciais.
ENQUANTO ALGUNS SE ENROLAM NA BANDEIRA AMERICANA, O “ALIADO” IMPÕE TARIFA E MANDA RECADO ATRAVESSADO
O deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos) também abordou o assunto e fez uma reflexão para o lado político, mas com o argumento de que todos devem se indignar com a medida. “Os Estados Unidos não punem a esquerda. Punem o Brasil. Punem o agro, punem o empresariado, punem a economia inteira. Enquanto alguns ainda se enrolam na bandeira americana, o ‘grande aliado’ impõe uma tarifa de 50% sobre nossos produtos e ainda manda recado atravessado. Governo que vai mal tende a piorar. Perco eu, perde você, perde o país — e todo mundo que vive nele: da esquerda, da direita e até quem não gosta de política”, escreveu nas redes.
RESTABELECIMENTO DA DIPLOMACIA
Já o deputado federal Alexandre Guimarães (MDB) se disse surpreendido com a decisão de Donald Trump que “interrompe uma relação comercial e bilateral histórica”. O congressista argumenta não ser o momento de “tentar achar culpados” e cobra de ambos os líderes o restabelecimento do diálogo. “Precisamos agora, com parcimônia, com lucidez, restabelecer a diplomacia por hora perdida. Nós não podemos permitir que a nossa gente seja prejudicada por discursos, narrativas e egos”, afirmou.
Confira as manifestações: