DOIS VITORIOSOS
A filiação do vice-governador Laurez Moreira ao PSD vinha sendo cogitada havia duas semanas, pelo menos, nos bastidores da política tocantinense. São dois os principais ganhadores com esse movimento de Laurez: o presidente da Assembleia, Amélio Cayres (Republicanos), pré-candidato ao Palácio; e o senador Irajá (PSD). A primeira leitura que se pode fazer dessa filiação é que aumentou a dificuldade de entendimento de Laurez com o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos). Lembrando que Irajá, até agora presidente regional do PSD, e a mãe dele, a ex-senadora Kátia Abreu, são os pivôs do rompimento entre governador e vice. Wanderlei acusa Laurez de supostamente ter se unido aos Abreu para derrubá-lo do cargo, o que o vice nega categoricamente.
AUMENTOU O FOSSO
Assim, com a sua filiação ao PSD, Laurez aumenta esse fosso, dificulta ainda mais uma aproximação com o governador e também fica mais distante a renúncia de Wanderlei para disputar o Senado. Ou seria possível uma majoritária com Laurez ao governo e Irajá e Wanderlei ao Senado? Já pensou?
AMÉLIO SE CONSOLIDA

O que se desenha consolidar com essa filiação de Laurez ao PSD é a pré-candidatura a governador do presidente da Assembleia, deputado Amélio Cayres (Republicanos). Se a chance de Wanderlei renunciar diminuiu, logo, a possibilidade de Amélio ser o candidato do Palácio aumentou.
UMA MAJORITÁRIA PARA CHAMAR DE SUA

Quem também ganha com a filiação é o próprio senador Irajá, que passa a ter uma majoritária para encaixar sua pré-candidatura à reeleição. Na chapa da senadora Dorinha Seabra Rezende (UB), os nomes mais cotados para o Senado são o deputado federal Carlos Gaguim (UB) e o já senador Eduardo Gomes (PL). Ainda tem o deputado federal Vicentinho Júnior (PP) rondando por lá. Na majoritária de Amélio, um nome é o deputado federal Alexandre Guimarães (MDB) e o grupo ainda acalenta a possibilidade de atrair Gomes. Sem Wanderlei, há quem veja até Vicentinho Júnior se encostando, via Republicanos, já que o governador estará fora do páreo. Dessa forma, para Irajá, restaria o PT, por exemplo, que, no Tocantins, não tem demonstrado muita musculatura política.
CASO DE 2018
Algo parecido Irajá fez em 2018, quando também não tinha majoritária e conseguiu “construir” uma ajudando a consolidar a candidatura do jurista Márlon Reis ao governo.
OUTRA EXONERAÇÃO PRÓXIMA A EDUARDO

Depois de Janaína Vargas Marinho, a ex-esposa do secretário de Governo de Palmas, Sérgio Vieira Marques, o Soró, e de Hiltomar Marinho de Medeiros, marido da Orcilene Feitosa, agora o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) exonerou o pai da primeira-dama de Palmas, Polyanna Siqueira Campos, o senhor Paulino Gomes Teixeira, que tinha o cargo de assessor especial do Gabinete do Governador. Ele estava no cargo desde 2021 e também não era indicação do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos). A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Estado de sexta-feira, 22.
ALFINETADA DE AMASTHA

Quem desabafou contra o prefeito Eduardo foi o vereador Carlos Amastha (PSB). No culto de aniversário do pastor Amarildo Martins (Agir), o parlamentar abordou o rompimento com o gestor da Capital. Amastha disse que Amarildo foi o primeiro que viabilizou a candidatura de Eduardo à prefeitura no ano passado e que ele foi o segundo. “E fomos os únicos que caminhamos com ele nessa eleição”, ressaltou para lembrar Amarildo em seguida: “Nesses dias, eu fui punido pela nossa amizade [com Amarildo]. E eu só digo uma coisa e deixo essa mensagem: […] passam os traidores e ficam os amigos”. A informação é do site Atitude.
A INDIGNAÇÃO DE EDUARDO
Um dos motivos da irritação de Eduardo com Amastha foram os três encontros que o vereador teve com Amarildo no afastamento do prefeito. Dizem nos bastidores que o primeiro ocorreu no dia seguinte à posse do vice Carlos Velozo (Agir) no cargo. Contudo, contam as fontes, não foram só os encontros. Outras coisas chegaram ao conhecimento de Eduardo e o prefeito ficou indignado.
OUTROS CONVIVAS
No aniversário de Amarildo estavam, além de Amastha, o vice-prefeito de Palmas, Carlos Velozo, o vice-governador Laurez Moreira e o deputado estadual Eduardo Mantoan (PSDB).
SEM PERSEGUIR
Prefeito de Axixá e pré-candidato a deputado estadual Auri-Wulange Ribeiro Jorge (UB) avisou em entrevista a emissora de rádio que não vota no presidente da Assembleia, Amélio Cayres (Republicanos) a governador “em hipótese nenhuma”. “Porque sou político que gosta de conversar, que não gosta de fuxico. Eu sou político que busco trabalhar para fazer o bem, eu uso o meu mandato para ajudar as pessoas, nunca para perseguir”, alfinetou.
MODELO QUE NÃO DEVE SER COPIADO
Em seguida, Auri disse é “por isso que muitas pessoas perguntam por que o desempenho do Amélio é tão ruim até no Bico do Papagaio”. E respondeu: “É porque realmente a forma de fazer política dele na nossa região é um modelo que não deve ser copiado por nenhum político”.
Assista:
FAMÍLIA TEM COMPROMISSO COM O TOCANTINS
Quem rebateu Auri foi o sobrinho de Amélio e pré-candidato a deputado federal, o advogado André Luiz. Em vídeo, ele falou da história da família Cayres e do “compromisso dela com o Tocantins”. “Ele [Amélio], que é presidente da Assembleia, tem cinco mandatos de deputado estadual, foi prefeito duas vezes de Esperantina, tem o nosso respeito, do nosso povo do Bico do Papagaio, do povo do Tocantins. Amélio, tenha certeza de que o bico do Papagaio está contigo, o povo do Tocantins sabe da importância da sua pré-candidatura e do mandato que vai construir […] Você tem serviço prestado, você tem história e nós sabemos da sua importância”, afirmou André Luiz.
Assista: