Durante as campanhas eleitorais, o CT deu uma nota em que dizia que os principais candidatos não citavam os presidenciáveis, com exceção dos petistas, pelo dogmatismo peculiar. Inclusive, nas colas distribuídas aos eleitores, geralmente, o de presidente era o único campo que não vinha preenchido. Tudo para evitar se posicionar numa disputa altamente polarizada, como foi a da Presidência. Justiça seja feita: a exceção foi o deputado federal Carlos Gaguim (DEM), que ostentou a foto e nome de Bolsonaro em todos os convites para reunião enviava aos eleitores.
[bs-quote quote=”Se a campanha de Bolsonaro ceder aos adesistas de última hora demonstrará a disposição costumeira de negociar com qualquer um, como sempre ocorreu” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Agora, com Jair Bolsonaro (PSL) com quase 50 milhões de votos e o antipetismo vibrando forte, todo mundo quer ser pai da criança. O oportunismo está indignando os bolsonaristas tocantinenses, que sempre foram ridicularizados pelo ardor com que defendiam a candidatura do capitão.
A coordenação nacional de campanha do candidato do PSL neste momento dará o tom de como vai ser a relação de Bolsonaro com o poder que ele diz questionar. Se mantiver o comando dos trabalhos com aqueles que sempre o defenderam, se expuseram nas redes sociais, praças e avenidas, será um sinal; se tirá-los da frente para colocar os oportunistas que se apresentam confortavelmente quando a fatura está quase liquidada para somente aparecer na foto, teremos outro sinal.
Se mantiver os autênticos bolsonaristas no comando da campanha de segundo turno demonstrará coerência com o discurso antissistema que sempre evocou para si. No entanto, se ceder aos adesistas de última hora demonstrará a disposição costumeira de negociar com qualquer um, como sempre ocorreu.
Esse último grupo só quer carona para aparecer na foto e poder dizer que foi decisivo para a vitória de Bolsonaro. O objetivo é, depois, cobrar cargos e mais cargos, benesses e estar à sombra do poder, quando o novo presidente tomar posse.
Inclusive, a disputa da próxima bancada federal para demonstrar proximidade com quem pode chegar à Presidência tem sempre esse pano de fundo: o loteamento dos cargos federais no Tocantins. A velha política do toma-lá-dá-cá.
É o ônus a se pagar pelo sucesso da campanha. Como diz o adágio: a derrota é órfã, mas a vitória tem vários pais.
CT, Palmas, 10 de outubro de 2018.