A dissertação de mestrado em comunicação do jornalista e professor Paulo Albuquerque, do Centro Universitário Unirg, sobre “A identidade tocantinense em narrativas da música regional”, que analisa o trabalho dos principais nomes da canção tocantinense, vai tomar forma de livro.
O estudo foi realizado entre 2016 e 2017, sob a orientação da doutora em comunicação Verônica Dantas Meneses, da Universidade Federal do Tocantins. O trabalho de Albuquerque foi selecionado pelo Programa de Incentivo à Cultura (Prominc), da Fundação Cultural de Palmas. O seu livro, com título provisório de “Cantos em SI: a identidade tocantinense”, analisa 24 obras musicais dos compositores Braguinha Barroso, Dorivã, Éverton dos Andes, Genésio Tocantins, Juraíldes da Cruz e Lucimar.
Para Paulo, seu trabalho tem como objetivo identificar enunciados que evidenciem os elementos regionais nas letras, melodias, arranjos, estórias e ideologias. “É preciso conhecer o que dizem os narradores. Queremos entender onde está a tocantinidade nas obras deles”, afirmou.
O jornalista falou do desafio para os narradores regionais em suas formações político-social-cultura plural no Tocantins, que, ao mesmo tempo, não deixa de trazer ótimas oportunidades. “Boa parte dos habitantes, especialmente nas cidades mais povoadas, não tem raízes culturais ou históricas com a localidade já que vieram nos movimentos migratórios a partir da criação do Estado”, explicou Albuquerque.
O autor também mostra preocupação em retratar festivais e feiras em que os artistas mostram seus trabalhos e pesquisas.
O jornalista afirmou que os artistas continuam produzindo, mas os espaços para mostrarem sua arte são cada vez mais restritos.
Além das análises críticas, o livro de Paulo Albuquerque vai trazer as 24 obras escritas para leitura em partitura, com as letras e as cifras para acompanhamento instrumental. Será distribuído junto ao livro um CD contendo todas as músicas analisadas.
Perfil
Paulo Albuquerque é natural de Cruz Alta (RS) e chegou ao Tocantins em setembro de 1989, atraído pela criação do novo Estado. Atuou inicialmente como advogado e professor até 1996 em Gurupi.
Músico profissional e compositor, tornou-se imediatamente conhecido por sua arte em todo o Tocantins. Participou do I Cantocantins, Cantos do Tocantins e Tocantins Popular, com temas sobre o Estado. Apesar da origem sulista, Paulo é reconhecido como pesquisador e divulgador da arte e dos temas tocantinenses.
Criou em 1990 o Festival da Canção (Fesc), primeiro festival tocantinense a gravar os vencedores em vinil e CD. Também é deleFestival Universitário da Canção (FUC), quando era assessor de imprensa da Faculdade Unirg, em 2001, um evento que foi retomado em 2010 por ele mesmo, já como coordenador do curso de jornalismo do Centro Universitário Unirg. (Com informações da Assessoria de Imprensa)