Nossa Capital se tornará uma balzaquiana nesta segunda-feira, 20, ao completar 30 anos. Nunca esteve tão linda. Minha relação com Palmas começou quando ela ainda era uma adolescente, de 13 para 14 anos. Como próprio da idade, tímida, com curvas incipientes mas que já apontavam para a beleza estonteante que teria quando adulta e um crescimento fora do comum, a ponto de ninguém dizer que se tratava apenas de uma púbere.
[bs-quote quote=”Ser um palmense garante privilégios que poucos tiveram neste País: morar numa cidade planejada e vê-la crescer metro a metro. Assistir cada prédio que brota e cresce numa velocidade que parece um piscar de olhos” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Desde então, meu o amor por ela só aumentou. Deixo-a pouquíssimas vezes por ano, e, quando preciso, logo dá uma vontade louca de retornar para os seus encantos. O coração infla ao cortar o Luzimangues, dar de cara com a Ponte Fernando Henrique Cardoso e dela contemplar nossa menina, numa parte alta da rodovia. Meus olhos brilham, percebo que os prédios já a tomam de lado a lado e me derramo: como cresceu nossa princesa!
Ser um palmense garante privilégios que poucos tiveram neste País: morar numa cidade planejada e vê-la crescer metro a metro. Assistir cada prédio que brota e cresce numa velocidade que parece um piscar de olhos; passar por onde até poucos dias era mato e se deparar com um grande empreendimento gerando emprego e renda, ou com famílias felizes que trocaram tudo no Sudeste, Sul ou Nordeste para hoje conquistarem o lar e a prosperidade. Visitar o parque de obras de onde surgiria o maior shopping do Norte e agora nele tomar chope e lembrar que, até bem pouco, ali tudo era um nada.
Rodar por avenidas de terra, depois, no mesmo local, deslizar sobre o asfalto e, logo em seguida, desfrutar do luxo de tê-las duplicadas com belos canteiros centrais.
Correr no fim de tarde por suas vias e toda semana se surpreender com uma nova loja ou uma fachada diferente que ontem não se via ali. O stress para atravessar um “queijinho” na hora do rush, tentando entender de onde saíram tantos carros, se há pouco tempo essa travessia era tão tranquila.
Então, nos damos conta de que nossa menina já é mulher feita. Com seus encantos, atrai multidões de todo o País e, com elas, claro, os problemas de sempre da vida adulta. A tranquilidade da adolescência passa a dar lugar à preocupação em se manter segura, próspera e, como uma vaidosa balzaquiana, bela.
No entanto, é possível desestressar da agitação desta sua fase adulta com o alívio que só Palmas pode oferecer: a alma lavada no banho numa das dezenas de suas cachoeiras, num catamarã que desliza suave pelo lago ou simplesmente contemplando seus belíssimos contornos ao longe, do alto de um mirante.
Por fim, ainda podemos terminar o dia na Graciosa, com o mais lindo pôr do sol deste planeta à nossa frente, agradecendo ao universo por ter conspirado para que entrássemos na vida dessa estonteante cidade.
Te amo, Palmas!
CT, Palmas, 17 de maio de 2019.