Um dos momentos mais emblemáticos do depoimento do ex-presidente do PreviPalmas Max Fleury nesta terça-feira, 21, foi quando o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), vereador Milton Néris (PP), o pressionou para que dissesse quem decidiu sobre os investimentos de risco que levaram o instituto a ter um prejuízo de R$ 58 milhões.
Por quase nove minutos, Fleury só acompanhou pensativo a explanação de Néris, que insistia que alguém tomou a decisão de investir nos fundos que arrecadavam recursos para o Cais Mauá, de Porto Alegre (RS). “Na verdade, você precisa dizer quem é que decidia. Já entendi, não era você. Tá claro. Vinha para você assinar. Tá muito claro para todos nós. E você assinava, e eu acho que a coragem que muitos falam. Realmente você teve muita coragem para assinar. Você botou sua digital. Você e o secretário de Finanças”, afirmou o presidente da CPI. “Agora quem autorizou? Quem mandou fazer? Quem rodou com esse processo? Quem trouxe esses fundos para dentro do PreviPalmas? Quem trouxe sabia quem eles eram.”
O vereador lembrou o ex-presidente do PreviPalmas que a Câmara está o questionando porque “foram colocados nas suas mãos R$ 600 milhões, que não são seus, não são meus, não são do prefeito, são dos servidores desta cidade”. “Para você decidir, para você cuidar, para você zelar. E R$ 58 milhões voaram, com mais facilidade do que seria para garantir a aposentadoria para um servidor, que luta às vezes para ter o acesso e não consegue”, ponderou Néris. “Se esses R$ 58 milhões fossem meus ou seus, jamais a gente iria permitir ter gasto desta forma.”
O presidente da CPI insistiu: “Quem tinha o poder de fazer isso acontecer? Porque tem que ter alguém, muito forte. Porque para fazer rodar em tudo quanto é assessor desse e ter uma assinatura”.
Para o vereador, a responsabilidade está se voltando para Max Fleury: “Você precisa nos dar um caminho, porque o caminho que está indo é em você. Todos disseram isso, e você disse que não”.
Apesar de aparentar letargia diante do discurso contundente de Néris, Fleury se teve irredutível: “Para mim não tem essa personalização. O que é tem é um processo que foi feito, e roda em vários setores. Não tem como te dar uma resposta que eu não tenho”.
Assista esse trecho da explanação do presidente da CPI, Milton Néris: