O vereador Moisemar Marinho (PDT) criticou na sessão desta quarta-feira, 19, o que considera “mais um ato do governo do Tocantins contra a Polícia Civil”: a lei criada pelo Executivo estadual e aprovada pela Assembleia que cria a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco). Segundo ele, o governador Mauro Carlesse (DEM) “desonra o apoio” recebido da Polícia Civil, que afirmou ter sido “uma das primeiras classes a declarar apoio” à sua campanha eleitoral no ano passado. “A Polícia Civil acreditou no projeto apresentado por ele, que melhoraria a segurança pública”, disse o parlamentar.
Moisemar lembrou que a justificativa do governo do Tocantins para a criação da Dracco é que facilitará o recebimento de aportes financeiros pelo governo federal. No entanto, o vereador defendeu que a lei federal exige, “tão somente, a criação do Conselho Estadual de Segurança Pública para o recebimento de verbas”. “Aproveitaram dessa ideia inicial do governo federal para fazer uma manobra política para desmanchar a delegacia que investiga os crimes contra a administração pública, exatamente como aconteceu em Pernambuco”, comparou.
O vereador afirmou que, com a criação da Dracco, “qualquer cidadão poderá ser nomeado para comandar a diretoria”. “Não precisa ser policial civil. Os deputados aprovaram uma lei para colocar na direção da Dracco um cargo político com a missão de investigar os crimes contra a administração pública”, ressaltou.
Segundo Moisemar, esse é apenas o primeiro passo. Após, avisou, “virá o desmonte da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma)”, assim como aconteceu, recentemente, também em Pernambuco, sustentou. “Começará a remover agentes, escrivães e delegados sob pretexto de remanejamento para outras unidades utilizando-se de estatísticas fabricadas para esse fim. A criação da Dracco, com diretor escolhido politicamente, é o começo do fim do combate à corrupção no Tocantins”, criticou.
Moisemar ressaltou que “continuará em defesa da Polícia Civil” e da permanência da Dracma. “Não irei me calar. Se possível, iremos ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça para combater essa manobra política do governo do Tocantins”, avisou. (Com informações da assessoria de imprensa)