A mastologia é a especialidade médica mais nova no Brasil e também uma das que
mais cresce no país. Os mastologistas se destinam a estudar todas as questões de
saúde relacionadas com a mama e têm interface com diferentes especialidades como a
ginecologia e obstetrícia, a oncologia, a patologia, a radiologia, a genética e a cirurgia
plástica. O outubro rosa é o momento do ano escolhido em todo o mundo para a
multiplicação de informações e conscientização da população na prevenção contra o
câncer de mama, para a redução da mortalidade pela doença.
Nascida na década de 1990, a mastologia veio auxiliar principalmente no combate ao
câncer de mama, já que este é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.
Segundo dados atuais do INCA/M.S., anualmente existem 60.000 novos diagnósticos e
17.000 mortes pela doença no país. A sociedade brasileira de mastologia (SBM) estima
que 1 em cada 12 mulheres brasileiras terão câncer de mama ao longo de suas vidas.
Por isso, a participação de especialistas, poder público, imprensa e da população em
geral nessa luta são fundamentais.
O exame mais importante para redução da mortalidade pelo câncer de mama ainda é
a mamografia anual, a partir dos 40 anos. Ela pode ser solicitada pelo ginecologista ou
pelo médico generalista sem ser necessário ir ao mastologista apenas para receber o
pedido do exame. A mulher, por sua vez, deve questionar seu médico assistente sobre
o pedido da mamografia de rotina a partir daquela idade ou ainda mais cedo, quando a
mãe ou irmã tiveram câncer de mama antes dos 50 anos.
Uma outra realidade que enfrentamos é o aparecimento do câncer de mama em
jovens, abaixo dos 35 anos, cada vez mais frequente, e estes tumores tendem a ser os
mais agressivos. Infelizmente, o câncer também é notado durante uma gestação, por
isso o obstetra deve examinar as mamas de suas pacientes no início do pré-natal e
encaminhar ao mastologista os casos suspeitos. Portanto, em qualquer idade, toda
alteração na mama deve ser avaliada prontamente pelo mastologista seja por
encaminhamento ou por demanda espontânea da paciente. A mulher deve fazer o
auto-conhecimento das suas mamas a cada mês, preferencialmente durante o banho,
logo após o período menstrual, iniciando aos 18 anos de idade.
As novidades da especialidade estão no uso de testes biológicos da superfície das
células e do material genético dos tumores, que permitem o uso racional dos
quimioterápicos; nos testes genéticos que sinalizam o aumento do risco de
desenvolver a doença, quando há história familiar importante; na radioterapia intra-
operatória para casos selecionados; e no tratamento cirúrgico utilizando técnicas de
cirurgia plástica, incrementando qualidade de vida após o tratamento do câncer.
A luta contra o câncer de mama não pode se restringir ao outubro e a conscientização
salvará muitas vidas, somando forças com os avanços da medicina na especialidade.
Dr. Márcio Abreu
É mastologista