A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira, 21, oito mandados de prisão temporária e 27 de busca e apreensão no Tocantins e em outros quatro estados para desarticular suposto esquema criminoso montado por agentes políticos, funcionários públicos e empresários para o direcionamento de licitações e desvio de recursos federais através de contratos de locação de veículos firmados por secretarias de Palmas. A Operação Carta Marcada atinge em cheio a gestão do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB).
Quatro ex-secretários com prisão decretada e busca e apreensão contra ex-prefeitos
A 4ª Vara Federal do Tocantins decretou a prisão temporária de quatro ex-secretários: Adir Gentil, Christian Zini e Claudio Schuller, por cinco dias; e de Cleide Brandão, por três. Além destes, também foram alvos de mandados de prisão os empresários Marco Zancaner Gil [5 dias], Luciano Valadares Rosa [3], Carlo Raniere Soares Mendonça [3] e José Emilio Houat [3]. Além dos nomes já citados e de suas empresas, buscas e apreensões ainda foram autorizadas contra os ex-prefeitos Carlos Amastha (PSB) e Otoniel Andrade (PSDB), de Porto Nacional; e outros ex-membros da administração do pessebista, como Públio Borges, Luiz Teixeira e Berenice de Fátima, irmã do vice-governador Wanderlei Barbosa.
Afastamento de sigilo bancário
O Judiciário ainda autorizou o afastamento do sigilo de dados bancários de janeiro de 2014 a junho deste ano dos investigados. O sigilo fiscal também foi levantado pela 4ª Vara Federal do Tocantins.
Desvios de mais de R$ 15 milhões
O inquérito policial apura o conluio entre empresários e servidores para fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados a contratação de veículos para atender a prefeitura de Palmas, além de outros crimes conexos, bem como a conduta daqueles que visam o aproveitamento das vantagens ilícitas. A suposta organização é suspeita de ter se apropriado de mais de R$ 15 milhões através destes contratos.
Corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades pelos crimes de fraude à licitação, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Sem relação e sem envolvimento
A ex-secretária e empresária Cleide Brandão, por meio dos seus advogados, disse que “prestará maiores esclarecimentos mediante nota oficial. “No entanto, previamente, declara que contribuirá com a Justiça irrestritivamente a fim de comprovar que inexiste relação e qualquer envolvimento nos crimes investigados”, afirmou.
- Matéria atualizada às 13h19