Mato alto, infiltrações, portas e portão danificados, rampa enferrujada. Essa é a realidade da Casa do Estudante de Palmas, conforme relatou ao CT a universitária Thayná Lorrany Neiva. O imóvel, inaugurado em 2008, nunca passou por reformas. Em nota, a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), que seria responsável pelo prédio, informou que a gestão vai ser passada para a Universidade Federal do Tocantins (UFT).
Segundo a pasta, a Instituição tem interesse em cuidar, não só da Casa do Estudante de Palmas, mas de todas as unidades que existem no Estado. A minuta de Termo de Permissão de Uso já teria sido formalizada e encaminhada, nesta semana, para apreciação da diretoria da Universidade.
Local perigoso
A Casa do Estudante de Palmas foi inaugurada em junho de 2008, numa parceria entre o governo do Estado, prefeitura e a Universidade Federal do Tocantins, mas nunca passou por reformas. Com mato alto, rampa descolada e portão danificado o local se tornou perigoso para os moradores.
“Tem muita porta de banheiro e quarto estragada. A rampa está sem condições, algumas placas estão soltas, estamos correndo risco de machucar. Tem muita infiltração nos quartos e o portão também sempre fica aberto porque está muito velho. Está muito perigoso pra gente”, contou a universitária.
Segundo Thayná, os moradores fazem “vaquinha” para realizar reparos, mas como a estrutura do prédio está muito precária, o dinheiro arrecadado não tem sido suficiente para solucionar os problemas que aparecem constantemente.
“Recentemente, nós tivemos um problema com um fusível e ficamos sem energia, então fizemos vaquinha e consertamos. Depois deu problema na bomba da caixa d’água, tivemos que gastar mais um pouco. O mato está altíssimo, compramos uma roçadeira, mas ela estragou. Nós até tentamos consertar com nossos meios, sem a ajuda do Estado, mas sai muito caro porque tem muita coisa estragada. É muito difícil juntar esse dinheiro aqui. Nós não temos condição e o Estado não ajuda. Nós estamos abandonados”, lamentou.
Eleição da diretoria
O imóvel tem capacidade para 120 estudantes, mas abriga, atualmente, cerca de 95. O Estado paga as tarifas de água e luz. A casa até possui uma Associação de Moradores, mas os cargos estão em vacância. O processo eleitoral para escolha dos novos dirigentes deve ocorrer ainda neste mês.
Além dos problemas estruturais, os estudantes também enfrentam problemas de convivência. Afinal, os banheiros são coletivos e os quartos chegam a abrigar quatro moradores. Thayná contou que as brigas são frequentes. Ela relatou ainda o caso de uma pessoa que formou há mais de ano e não quer deixar a casa. “Já foi notificada mais não sai daqui”, disse.
A universitária afirmou que um grupo já tentou levar essas demandas para o governo, mas não conseguiu sequer marcar reunião com os gestores. Na UFT, a informação passada é que a transição de gestão não foi concluída e a responsabilidade ainda seria do Estado.
Sem recursos
Em nota, a Seduc informou que os projetos para os reparos na estrutura das Casas do Estudante já estão prontos e que tem buscado recursos para a realização dessas ações estruturais.
Contudo, a pasta reiterou que, conforme o Decreto nº 2.938/2007, em seu artigo 6º, após as etapas de construção do espaço físico, aparelhamento mobiliário e gestão inicial por parte da então Secretaria de Juventude, as despesas de custeio referentes à água, energia, limpeza, conservação das instalações físicas, equipamentos e mobílias ficaria a cargo da Associação de Moradores de cada Casa.
UFT
Ao CT, a UFT informou que não pode atuar na manutenção ou reforma das casas do estudante porque estão sob a responsabilidade do Estado. A Universidade não falou sobre o Termo de Permissão de Uso encaminhado pela Seduc.
Confira a íntegra da nota da Seduc:
“NOTA
Assunto: Reparos Casa do Estudante Palmas
Veículo: Cleber Toledo
Sobre a solicitação deste veículo de comunicação, a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc) informa que os projetos para os reparos na estrutura das Casas do Estudante já estão prontos e que tem buscado recursos para a realização dessas ações estruturais.
A Seduc reitera, contudo, que conforme o Decreto nº 2.938/2007, em seu artigo 6º, após as etapas de construção do espaço físico, aparelhamento mobiliário e gestão inicial por parte da então Secretaria de Juventude, a gestão das Casas do Estudante hoje está a cargo da Associação de Moradores de cada Casa, a qual cumpre suprir as despesas de custeio referentes à água, energia, limpeza, conservação das instalações físicas, equipamentos e mobílias.
Neste caso, cabe às associações realizarem a conservação, reparos e suprir todas as demandas relacionadas à Casa do Estudante. Como nestes 11 anos não foi realizado este trabalho por parte dos moradores (estudantes e associação), visando o interesse da UFT em cuidar das unidades a Seduc formalizou minuta de Termo de Permissão de uso das Casas do Estudante para a Universidade Federal do Tocantins. A Seduc informa ainda que a referida minuta foi encaminhada nesta semana para apreciação da Universidade.”
Confira a íntegra da nota da UFT:
“Em atendimento à solicitação deste veículo sobre as casas dos estudantes no Estado, informamos que a Universidade não pode atuar na manutenção ou reforma destas porque estão sob a responsabilidade do Estado.