Essa magia matemática, invisível e infalível da natureza, tem e deve impressionar quem com ela lida, admira e a faz de inspiração para a vida, pois a própria vida está nela contida e representa o verdadeiro Deus, esse Ser Supremo não preconcebido pelos interesses pessoais, de grupos ou de religiões, mas o Deus universal, igual para todos serem trilhados através do livre arbítrio.
E a partir desta vocação que tenho em admirar e tentar entender o Deus que se mostra nos mínimos detalhes da mãe natureza, abstraio-me em especial nesta época do ano, com o fenômeno das suas estações.
Como não conceber a existência desse Arquiteto do Universo, senhor de tudo e que estabelece a igualdade para os iguais e nos oferece as mesmas oportunidades, das quais muitas desperdiçamos?
Em nossa galáxia, a Via Láctea, onde estamos situados no pequeno espaço destinado ao Sistema Solar, ao qual pertence nosso ínfimo planeta Terra, podemos estudar e apreciar a cronometria e simetria de tudo que nos cerca.
As estações do ano são caracterizadas pela variação da radiação solar que atinge a superfície terrestre durante uma época do ano. Sendo assim, temos quatro estações diferentes: Verão, Outono, Inverno e Primavera.
O movimento de translação, que é a trajetória da terra em torno do sol, juntamente com a inclinação do eixo terrestre em relação ao plano orbital, é responsável pela variação da radiação solar que atinge a superfície terrestre. Portanto, durante a translação, cada época do ano apresentará uma estação com característica própria e diferente.
Importante ressaltar que essas estações são bem definidas nas zonas climáticas temperadas do Sul e do Norte. No nosso caso, de 21 de dezembro a 20 de março é o Verão, a estação mais quente do ano. Muito calor e dias mais longos. As temperaturas ficam lá em cima. Estação que sucede a Primavera e antecede o outono. As árvores ficam mais verdes e carregadas de frutas. Neste período a Terra recebe mais chuva por causa da vaporização das águas. O céu fica, às vezes, muito nublado, com pesadas nuvens que são o acúmulo de águas dos rios e dos mares transportadas para a atmosfera em forma de vapor.
No Outono, que vai de 20 de março até 21 de junho, os dias ficam mais curtos e mais frescos. As folhas e frutas começam a cair. Os jardins e parques ficam cobertos de folhas de todos tamanhos e cores. O Inverno de 21 de junho a 21 de setembro, está associado ao ciclo biológico de alguns animais ao entrarem em hibernação e se recolherem durante o período de frio intenso. É a estação mais fria do ano. Seus dias são curtos e por isso escurece mais cedo. Estação que sucede o outono e antecede a Primavera.
Alterando a ordem cronológica das estações, pelo momento que vivemos, deixei por último para escrever um pouco mais sobre a Primavera, ao meu ver, a rainha das estações, que vai de 22 de setembro a 21 de dezembro. Com o fim do inverno, os dias voltam a ser mais longos e quentes. Este é o período em que os animais se reproduzem e as aves constroem os seus ninhos. As borboletas e abelhas que voam de flor em flor em busca do néctar, cumprem a missão de polinização. A temperatura não é tão baixa e nem tão alta, fazendo da Primavera um período muito agradável.
Ao meu sentir e ver, a Primavera é o retrato fiel e escancarado desse Deus Universal, que reinventa a todos os momentos, em tudo, a própria vida. É a natureza como sua representante maior que por muitas vezes passa despercebida em grandes e pequenos detalhes. Estaria eu adotando a teologia Spinoziana? Em algumas partes, sim, outras, não.
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
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JOSÉ CÂNDIDO PÓVOA
É poeta, escritor e advogado. Membro fundador e titular da cadeira nº 12 da Academia de Letras de Dianópolis (GO/TO), sua terra natal.
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