Caros eleitores tocantinenses,
De tempos em tempos é bom nos atualizarmos sobre o cenário pré-eleitoral que está colocado para 2026. Isso porque os palpites nas “bolsas de apostas” formadas por rodas de conversa e grupos de WhatsApp mudam a cada semana. Lógico que a um ano e meio das eleições de outubro do ano que vem, o quadro é de total indefinição. Ouço de tudo, todos os dias. Algumas teorias estapafúrdias e outras com certa lógica, mas fato é que ninguém sabe o que vai ocorrer até julho do ano que vem, mês das convenções. Nem mesmo os possíveis candidatos.
A primeira aposta é sobre se o governador Wanderlei Barbosa renuncia ou não. Creio que é a discussão mais pertinente do processo sucessório de 2026, porque a permanência dele no cargo ou sua saída para disputar vaga de senador alteram completamente a disposição das peças no tabuleiro. Assim, o primeiro marco das eleições de 2026 é dia 4 de abril, a data-limite para o governador decidir se concorrerá ou não.
Se Wanderlei ficar no mandato, então, o debate vai girar em torno do apoio dele para a sucessão, como a oposição se organizará e quem encabeçará a disputa entre os opositores do Palácio. Sobre o nome do governador para sucedê-lo, parece cada vez mais consolidada a posição do presidente da Assembleia, Amélio Cayres, mas há quem aposte numa possibilidade de Eduardo Gomes entrar na parada. Pela oposição, teríamos o forte nome da senadora Dorinha Seabra Rezende, mas ainda aparecem o vice-governador Laurez Moreira, o ex-senador Ataídes Oliveira e o PT poderia também colocar um candidato — a depender do resultado da eleição do partido no meio deste ano –, provavelmente o ex-deputado Paulo Mourão.
Se o governador, contudo, decidir buscar vaga de senador, a engenharia precisará ser muito bem estudada. Primeiro, como seria essa renúncia dele? Wanderlei se reconciliaria com o vice, que se viu esvaziado e relegado ao quinto plano nesses últimos dois anos? Repito a trama drummondiana à qual já me referi em outra ocasião: há um Laurez no meio do caminho, no meio do caminho há um Laurez. Em entrevista à CCT, o vice-governador deixou a porta aberta ao dizer que não faz restrição a ninguém. Diante desse cenário, Amélio e Gomes estariam fora do páreo para a disputa de governador.
E tem muita gente acreditando nessa recomposição por entender que Wanderlei não vai abrir mão de uma vaga praticamente garantida de senador para ele e de deputada federal para a primeira-dama Karynne Sotero. Contudo, avaliam, se o governador admite hoje essa possibilidade o Palácio vai ser pequeno para o entra e sai de “pedintes” do meio político e o governador perde a expectativa poder, que passa para o vice-governador. Será isso?
Claro, eleitores e eleitoras tocantinenses, há ainda os que apostam que nada disso vai ocorrer porque o roteirista do Estado vai virar a mesa novamente, como fez para as eleições de 2010, 2014, 2018 e 2022. Será? Não dá para apostar nessa teoria, tampouco, pelos precedentes, podemos descartá-la.
De toda forma, a pasmaceira que assistimos nas últimas semanas de muitos feriados deve acabar a partir de segunda-feira. Essa será uma pré-campanha muito antecipada e extensa, bem além do normal, e não por culpa da imprensa, já aviso, mas da movimentação dos próprios players desse tabuleiro.
É claro que traremos cada detalhe, e nada vai escapar. Aguardem.
Saudações democráticas,
CT
- Esta coluna passa a ser publicada às terças, quintas e sábados.