Caros pais, estudantes e profissionais da Educação de Palmas,
Medida mais do que esperada — antes, ansiada pela maioria mais do que absoluta de vocês –, a decisão do prefeito Eduardo Siqueira Campos de suspender as nomeações de diretores das escolas da rede de ensino de Palmas. Um processo eleitoral totalmente questionável, do início ao final. Primeiro pela pouquíssima participação da comunidade escolar. Vejam: dos 44 mil alunos da rede, 27 mil têm direito a voto. Podem votar ainda 2.964 servidores da Educação e aproximadamente 35 mil pais. Ou seja, um eleitorado total em torno de 65 mil pessoas. Porém, apenas 7.026 votantes compareceram no dia 18 de dezembro, ou ínfimos 10,8% do total.
Segundo, para piorar, além da baixíssima participação, escolhidos por vocês da comunidade foram solenemente ignorados e ficaram com os cargos candidatos com 4, 5 e 7 votos. Houve caso em que o primeiro colocado recebeu mais de 200 votos, mas acabou preterido pelo segundo, que obteve pouco mais de 30. Lembro a reação de uma mãe de aluno num vídeo que postou nas redes sociais após a nomeação dos diretores: “Fica a pergunta: para quê mesmo nos convidou para votar? Por que você [para ex-prefeita Cinthia Ribeiro] não escolheu logo de cara? Você conhece mais a comunidade do que os pais, alunos e professores, prefeita?”
Em sua sabedoria, essa mãe resumiu todo o imbróglio. A democracia que se esperava num processo desse tipo foi simplesmente ignorada quando tiveram preferência candidatos que passaram despercebidos por vocês, comunidade. Então, fazer uma eleição dessas só para inglês ver? Ou, como eu afirmei nesta semana, só para fingir para o MEC ou algo do tipo?
Aliados da gestão passada vieram a público para defender que é o edital que prevê que a escolha cabia à prefeita. Contudo, mesmo assim, como líder, e não dona da coisa pública, ela não poderia ignorar em sua decisão o bom senso. Se a votação entre primeiro e segundo colocados é parelha, claro que é razoável que o derrotado possa ter preferência. Mas, com diferenças gritantes de votos como vimos nessa eleição, soa até como zombaria à comunidade.
Além disso, as escolhas deixaram uma sombra de aparelhamento ao contemplarem candidatos da “cozinha” da gestão passada. Até pessoas que ocupavam cargos na estrutura administrativa da Secretaria da Educação, com resultado eleitoral pífio. E, analisando também por esse aspecto, pergunta-se até se por acaso tentaram deixar “cavalos de Tróia” infiltrados na nova gestão, o que seria algo inconcebível.
Enfim, esse processo eleitoral foi todo ele equivocado. Primeiro por ter sido realizado no apagar das luzes da gestão; depois, no último dia letivo, portanto, sabiam de véspera que haveria pouquíssima participação; e contemplando com o cargo gente totalmente ignorada por vocês da comunidade escolar e alguns umbilicalmente ligados ao governo que se esvaiu. Como uma nova gestão, com uma política própria para implementar, vai trabalhar com diretores escolhidos como se fossem “cavalos de Tróia” infiltrados e sem a mínima representação popular?
Era mesmo preciso fazer a conciliação da implantação do programa aprovado pela população palmense nas eleições de outubro com profissionais identificados com a nova política de governo. Essa escolha de diretores não atende nenhum desses critérios. Por isso, fez muito bem o prefeito em suspender essas nomeações e, repito, medida esperada e ansiada por maioria mais do que absoluta da comunidade.
Feliz ano novo a todos e que 2025 seja de muitos avanços para a educação de Palmas e em todas as outras áreas.
Saudações democráticas,
CT