Cara ministra Marina Silva,
Aqui no Tocantins tenho insistido que a maior crise enfrentada pelo Estado e pelo país não é econômica, mas de boas lideranças. Faltam homens e mulheres de estatura elevada para nos conduzir ao porto seguro do desenvolvimento e da justiça social. Claro que ainda contamos com alguns poucos exemplares dessa rara espécie, e não tenho a menor dúvida de que a senhora é uma delas. Por isso, a indignação dos cidadãos de um mínimo de bom senso foi maior ao vê-la sendo desrespeitada por aqueles homúnculos que ocupam indevidamente cadeiras muito grandes para suas diminutas dimensões morais e patrióticas.
Diante daquelas inaceitáveis agressões misóginas e incivilizadas ficou ainda mais evidenciada, ministra, o quanto a senhora é grande e como nossa política se apequenou. Nos últimos anos, essas audiências se tornaram verdadeiros espetáculos de horrores por parte de quem busca não entender ou discutir um tema, mas capturar imagens e falas para impactar os incautos das redes sociais. Esses flagrantes fugazes são alimentos para os imbecis que ganharam voz nestes tempos de obscurantismo, como bem constatou o saudoso Umberto Eco.
As atrações dos shows repulsivos que marcam o Congresso atualmente, ministra, servem ainda para esconder os verdadeiros interesses por trás de suas apresentações ultrajantes. No caso da senhora, os ataques visam atender os destruidores do meio ambiente, que tinham no governo passado total blindagem para as suas ações predatórias. Assim, ao tentarem humilhá-la, diminui-la, desrespeitá-la, queriam, acima de tudo, desacreditar a agenda preservacionista que a senhora tão bem encarna.
Contudo, ficou mais do que claro que o tiro saiu pela culatra. Daquela lamentável encenação dantesca, a ministra se agigantou por sua postura firme, por sua altivez e por sua autoridade reconhecida internacionalmente em virtude da seriedade com que trata um tema tão urgente para a humanidade.
No futuro, ministra, todos os nossos descendentes saberão quem foi Marina Silva e estudarão sua vida com admiração e orgulho por nosso país ter tido o privilégio de contar com uma líder tão elevada. Por outro lado, a escória que covardemente a atacou sequer terá menções em rodapés das páginas da história. Logo, logo voltarão para a latrina de onde saíram e onde merecem estar.
A mais completa solidariedade e o registro da minha profunda admiração pela senhora.
Saudações democráticas,
CT