Caros eleitores e eleitoras tocantinenses,
Volto à escrever-lhes porque o governador Wanderlei Barbosa, contrariando todas as previsões, garantiu em discurso no Luzimangues nessa quarta-feira que não vai renunciar. No seu “Dia do Fico”, jurou que permanecerá no mandato até o último dia, em 31 de dezembro de 2026.
Fato é que, se as eleições fossem por esses dias, Wanderlei seria “dono”, sem muito esforço, de uma das duas vagas para o Senado. Isso quer dizer que, se o governador mantiver mais ou menos a popularidade atual — e não perder o controle das contas do Estado, como periga ocorrer –, estará abrindo mão de uma cadeira assegurada de senador. É isso, senhoras e senhores, que leva muita gente a não acreditar que ele concluirá os quatro anos.
Uma tese que escuto é que, se Wanderlei admitir que renunciará em abril de 2026, reduzirá a expectativa de poder que seduz e, por conseguinte, seu raio de influência. Assim, iniciaria desde já o “beija-mão” para o vice-governador Laurez Moreira. Por isso, apregoam os adeptos dessa corrente, o titular da principal cadeira do Palácio estaria negando que cogita passar o bastão.
Contudo, caros e caras eleitores e eleitoras, é fato que a relação de titular e vice vai de mal a pior, e parece mesmo irreversível. Então, surgem os partidários da teoria de que Wanderlei poderia ligar o “dane-se”, renunciar, entregar o Estado a Laurez e criar as condições legais para que ele e a primeira-dama Karinne Sotero possam disputar as eleições de 2026 — ela é pré-candidata a deputada federal, já se encontra em pré-campanha e até lançou nesta semana um mega projeto de nome inspirado numa funerária baiana, a Rede Cuidar.
Todo dia alguns dos senhores e senhoras me perguntam o que penso a respeito. O que sei é que ninguém abre mão de poder e também que final de mandato é tempo de vazio, solidão e abandono. Para um político, isso é trágico. Com a possibilidade real de se eleger — pré-candidatos, quando consideram o nome de Wanderlei, falam em disputar a segunda vaga porque avaliam que a primeira é dele –, fica muito difícil acreditar que o governador resistirá à pressão — inclusive, diante do projeto muito bem estruturado da primeira-dama — e que abdicará essa vaga que lhe está sendo entregue tão tranquilamente.
De toda forma, todo mundo tem a hora de baixar o trem de pouso e aproveitar um ano sabático em busca de paz e tranquilidade. Vai saber o que se passa no âmago dessa alma. Só no tempo certo teremos a resposta.
Saudações democráticas,
CT