Caros homens e mulheres de boa vontade,
O fim de semana não foi nada bom para a humanidade. Vivemos o momento mais crítico desde a episódio da Crise dos Mísseis de Cuba, em outubro de 1962, em plena guerra fria, que quase levou a uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética. Contudo, naquele momento, o mundo era conduzido com algum bom senso, de lado a lado, e essa virtude imperou. Aí que vejo, senhoras e senhores, o agravante da quadra histórica que vivemos. A junção da extrema direita de Estados Unidos e Israel, com a subserviência europeia e a necessidade imperiosa de sobrevivência do Irã e aliados no Oriente Médio, que não vão se render às imposições estadunidenses, pode levar o mundo ao caos.
Os debates de lado a lado sobre direitos, quem está certo ou errado, etc., não são a questão essencial, mas, sim, a despeito de tudo isso, evitar que esses irresponsáveis conduzam o planeta a outra guerra de proporções globais por seus caprichos e interesses outros, sacrificando milhões de vidas humanas e a destruição da economia.
É preciso haver resistência na base de toda a sociedade, em todos os países, uma pressão nunca antes vista, para impedir que essa tensão continue escalando até o ponto em que não tenha mais volta e todos sejamos as vítimas desses seres inescrupulosos, que, no fundo, pouco se importam com os destinos do planeta. Só está à mesa deles seus planos de poder e de ganhos.
Como disse o escritor uruguaio Eduardo Galeano, “nenhuma guerra tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar”. E continuou: “As guerras sempre invocam nobres motivos. Matam em nome da paz, em nome de Deus, em nome da civilização, em nome do progresso, em nome da democracia”. Mas não somos arrastados aos fronts por um pseudo patriotismo, e, sim, tão somente para roubar o outro.
Os Estados Unidos são a maior referência disso. Falam em combater estações nucleares ou ditaduras para, na verdade, se apropriar do petróleo alheio. Isso foi no Iraque e agora está ocorrendo com o Irã. Os estadunidenses pouco se lixam para a falta de liberdade das mulheres iranianas, como fecham os olhos para o genocídio de milhares e milhares de crianças em Gaza. Seu único interesse é sempre econômico.
Meus prezados homens e mulheres de boa vontade, precisamos construir um novo mundo, baseado na solidariedade e na justiça social. Não queremos mandar nossos filhos para morrer em frente de batalhas em defesa de interesses mesquinhos disfarçados de patriotismo, cristianismo, liberdade ou qualquer outra desculpa esfarrapada. Por isso, amigos e amigas, temos que resistir, pressionar nossos governos a agirem pela paz, e, se a guerra vier, que não entremos. Não temos nada a ver com isso.
Parece algo muito distante dos brasileiros e dos tocantinenses. Mas, se escalar, os efeitos econômicos e bélicos logo estarão à nossa porta, como foi com a covid-19. Assim, precisamos refletir agora, estarmos coesos e conscientes de que não queremos guerra, mas viver em paz. De dificuldades, as nossas já nos bastam.
Saudações democráticas,
CT