Caros tocantinenses,
A justiça tributária é a bandeira que deve unir os 99% dos brasileiros que pagam uma pesada carga, enquanto 1% de milionários gozam de toda mordomia, quase sem impostos sobre suas rendas. Vejam: não estou falando aqui de direita contra esquerda, mas de 210 milhões de pessoas sacrificadas de um lado e míseros 140 mil que desfrutam de toda folga tributária do outro. Essa é uma causa que sempre defendi e que agora me deram a oportunidade de mergulhar de cabeça.
A maior missão imediata do Brasil é impedir que irmãos passem fome e as necessidades mais básicas. Porque somos um país rico, e nosso problema, portanto, não é falta de recursos, mas a distribuição deles. Ou seja, não somos pobres, e, sim, absurdamente injustos, com uma das maiores desigualdades do planeta, algo construído historicamente, desde os tempos coloniais.
Prezados tocantinenses, no Brasil, 63% da riqueza está nas mãos de apenas esse 1% da população. Como isso é possível? Essa fatia mínima da sociedade ainda abocanha R$ 500 bilhões anuais de benefícios fiscais e isenções tributárias. Mais: os bancos, com lucros bilionários, têm uma alíquota média de Imposto de Renda de míseros 14% enquanto o trabalhador da classe média amarga seus 27,5%.
As discrepâncias não param por aí: os bacanas com renda de R$ 750 milhões a R$ 1 bilhão são tributados em 1,49% de IR e um professor, um gari e um policial arcam com 27,5%. Esse 1% de privilegiado é dono de quase metade das terras do Brasil e ainda recebe meio trilhão dos planos safras. Apesar disso, devem R$ 200 bilhões ao Estado brasileiro. Enquanto isso, o pequeno e o médio produtores brasileiros — que são quem realmente colocam comida em nossas mesas, já que que a produção dos grandes vai toda para exportação, sem qualquer imposto — penam safra após safra com toda a dificuldade do mundo.
Não é por acaso que pesquisa do Datafolha de abril mostrou que 76% da população — 78% entre os mais pobres — apoia a cobrança de mais impostos para renda acima de R$ 50 mil mensais. A medida é costurada pelo Ministério da Fazenda para abrir espaço à isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil.
É por isso que a campanha de Inteligência Artificial que critica o Congresso Nacional após a derrubada do IOF — que atingiria muito mais a classe média alta e os milionários –, vem sendo atacada pela grande mídia — cujos donos também são milionários. Estão sendo escalados para falar como especialistas nas reportagens figuras que defendem até o congelamento de seis anos do salário mínimo.
Assim, tocantinenses, nossas divergências ideológicas continuarão a existir. Quem é progressista continuará progressista, quem é conservador permanecerá conservador. Mas esse ponto, da justiça tributária, nos une e precisa nos mover. É nesse sentido que indico a todos que assinem o abaixo-assinado que pede a moralização do Judiciário, do Legislativo e do Executivo. Segue o link: www.99porcento.com.br.
Saudações democráticas,
CT